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quinta-feira, 22 de março de 2018

Mudámos de Morada

Caros viajantes, o Blog Carimbo no Passaporte ganhou novas asas e voou para um site próprio. Estamos a restaurar os antigos conteúdos e acrescentar mais e novas viagens, queremos que nos continuem a acompanhar na nossa nova morada em www.carimbopassaporte.com


www.carimbopassaporte.com

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Templo de Karnak - Mergulho na mitologia do Antigo Egipto

Era dia de acordar cedo, na realidade um eufemismo porque o despertar foi bem de madrugada e às 5h da manhã já o Sol despertava nas águas do Nilo e os ânimos estavam bem elevados para começar a descobrir os mistérios do milenar Egipto. Durante o caminho entre o navio e o primeiro local a visitar houve tempo de conhecer os nossos outros 4 companheiros desta aventura e o fenomenal guia que nos acompanhou e fez um trabalho extraordinário mesmo sabendo muito pouco de português! 

Escusado será dizer que num país tão diferente quanto este tudo acaba por impressionar, mas devo confessar o calor que se fazia sentir ainda nem 6h eram já dava para perceber o ritmo da viagem e as horas que o despertador iria tocar nos dias seguintes!

Embrenhados já no clássico transito egípcio da cidade de Luxor (ainda não conhecíamos a realidade do Cairo!) lá nos dirigimos rumo ao maior templo da antiguidade, o Templo de Karnak.


Era hora de viajar uns milénios no tempo e acreditar que os faraós ainda reinavam sobre aquelas areias, quando a cidade de Luxor ainda se chamava Tebas a capital daquele império intemporal, de achar que o mundo era povoado por seres míticos para se poder transpor as portas deste templo (ou o que resta delas) e mergulhar nos mistérios da civilização antiga.

Diz-se por aí que este templo iniciou a sua construção lá no longínquo ano de 2200 a.C. (sim isso mesmo, já conta com cerca de 4214 anos de idade!!!) dedicado ao deus Amon-Rá, mas este gigantesco complexo incluía outros templos dedicados a outros deuses do complexo mundo mitológico que era a religião egípcia.

Ninguém fica indiferente perante o tamanho de todo este complexo e a avenida das esfinges que nos recebe (e que ligava este templo ao de Luxor) chega a dar um arrepio na pele e estampar na cara uma expressão de espanto e de incredulidade perante a obra e o tempo em que fora construída. Apesar de ter estado subterrado pelas areias do deserto durante mil anos e de ter sido alvo de inúmeras pilhagens, chegou aos dias de hoje ainda um conjunto exemplar sobre a arte e religião do Egipto Antigo impressionante e não existirão imagens que retratem aquilo que os olhos viram!

Por detrás da colossal entrada o tempo como que por magia pára e de repente estamos cara a cara com os primeiros hieróglifos que repousam no sitio onde nasceram (e não num qualquer museus) ou trocamos um olhar com uma gigantesca estátua de um qualquer faraó famoso. Naquele local tudo tem outra dimensão e tem tanta coisa para descobrir que por mais que o guia se esforçasse em nos explicar pelo menos o básico da mitologia e das crenças em que foi solidificado aquele lugar, a nossa cabeça já viajava em alta velocidade, aquilo foi simplesmente incrível e o Egipto estava a desvendar os seus maiores segredos.

Não vos falarei sobre deuses egípcios nem as suas intrincadas histórias pois é demasiada informação, tão demasiada que ao fim de um par de horas já a cabeça tinha dado um nó e já ninguém sabia quem era quem, nem que deus era qual. A abordagem à mitologia teria de ser mais suave pois seria essencial para perceber o que veríamos nos próximos dias mas o impacto do primeiro monumento da antiguidade ali perante os nossos olhos ofuscava qualquer tentativa de explicação.


Mas se templo impressiona logo na entrada é depois do segundo pilone que ele revela o seu lugar mais espetacular. São 134 colunas de perimetro impressionante, todas esculpidas até ao seu topo que constituem as famosa Sala Hipostola. O tecto já há muito que caiu mas ainda chegaram aos dias de hoje as cores vibrantes dos hieróglifos que são todos diferentes em cada coluna tornando-se um deleite uma pessoa deixar-se perder naquela floresta de pedra.


Não sei como o meu pescoço voltou à posição normal depois de tantas horas a olhar para o topo destas colunas e quando se pensa que pouco mais há para descobrir lá se abre outro pátio com outras tantas salas. Vários obeliscos rasgam os céus a lembrar os locais onde o Sol pousou quando se criou o mundo e mesmo ali ao lado um Ramsés II com vários metros de altura mira-nos com o seu olhar granítico! 


Sentados em pedras milenares encontravam-se os caricatos egípcios quase tão antigos quanto aquelas pedras, nos seus trajes típicos que compunham o cenário perfeito para esta viagem aos confins da humanidade.  Ainda houve tempo para explorar mais um pouco aquele complexo, descobrir obeliscos cada vez mais altos, alguns já caídos graças ao peso da gravidade e do tempo, uma voltinha pelo lago sagrado e umas voltas ao escaravelho gigante que dizem ser da boa sorte!
O relógio marcava pouco mais que 8h30 e o calor começa a fazer-se sentir, o corpo já pedia água e algum descanso pois o dia seria ainda longo e haveria muita mas mesmo muita coisa para ver. Assim nos despedimos do templo de Karnak completamente apaixonados pelo antigo Egipto e destinados a descobrir tudo o mais que haveria ainda por desbravar. O país tinha-nos recebido em grande e as expectativas já estavam muito lá no alto, por isso era hora de continuar a nossa aventura e rumar ao Templo de Luxor.

Dicas de Viajante:
  • O Templo de Karnak situa-se a cerca de 3km da cidade de Luxor, facilmente acessível de táxi
  • Aberto diariamente das 6h às 17h, mas devido às temperaturas extremas aconselho ir bem na hora da abertura ou no final do dia
  • Preço 65 LE cerca de 8€
  • Dada a complexidade da história deste país aconselho fazerem a visita com um guia pois poderão perceber e desfrutar muito mais de tudo o que irão ver.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Cruzeiro no Nilo - O desfilar de uma civilização nas margens de um milenar rio

Se um dos vossos desejos sempre foi conhecer as maravilhas do Egipto então está na hora de ir buscar o chapéu de explorador e literalmente embarcar nesta aventura e conhecer os segredos desta civilização impressionante.

Depois de umas longas horas de voo entre Lisboa e o Cairo e ainda mais um curto voo até Luxor chegamos a terras egípcias já a noite ia bem adiantada que nos recebeu já com uma brisa quente dando as boas vindas ao deserto. A Aventura faraónica ia começar precisamente na antiga capital do Antigo Egipto a cidade de Luxor que noutros milénios (sim milénios porque lá não se contam as coisas em anos nem séculos!) era conhecida como Tebas e dali descemos o famoso rio Nilo até Assuão visitando alguns dos locais mais icónicos da antiga civilização.

Saídos do aeroporto fomos directos à nossa "casa" por onde navegamos nos dias seguintes e acreditem que é inacreditável a sensação de ver desfilar o Antigo Egipto a bordo de um navio sob as águas calmas do rio Nilo, daquelas coisas que não se compram na vida.

Meio que perdido num qualquer ancoradouro nos arredores de Luxor esperava-nos o Queen of Hansa e apesar da hora tardia da noite fizemos o check-in rápido e fomos ao nosso camarote onde nos esperava uma refeição ligeira com algumas águas e sumos, isto sim é ser recebido com mordomias.

O Queen of Hansa é um navio construído no ano de 2000 com 75 cabines dispostas em 4 decks. A classificação é de 5 estrelas (egípcias!!) o que por cá deveriam de ser provavelmente 4 mas o que não invalidou de deter todas as comodidades modernas que hoje se possam exigir.

Logo na chegada somos presenteados com a simpatia dos seus funcionários que estiveram sempre prontos a ajudar e até nos recebem com toalhas humedecidas com cheiro a alfazema e um sumo gelado quando chegamos da rua, são dessas pequenas coisas que nos habituamos com muita facilidade.

No deck mais inferior fica situada a sala de refeições que serviram bem para o efeito, creio que dado o contexto e não sendo um cruzeiro de luxo não se pode pedir mais do que o que nos foi oferecido e as refeições foram variadas com algumas especialidades locais que nos permitiram conhecer a gastronomia egípcia. Todas as refeições estavam incluídas excepto as bebidas ao jantar e no bar.

Camarote inicial no cruzeiro pelo Nilo
Na primeira noite o barco ficou atracado e quando fomos informado que só tínhamos 3 horas para dormir pois o alvorecer era às 5 da manhã mal deu para apreciar o quarto twin que nos fora reservado, foi mesmo duche e cama e tentar dormir coisa que foi impossível devido à ansiedade dos dias que se iriam seguir.

Na segunda noite quando o barco começou a navegar a coisa mudou de figura, o nosso camarote era o último do navio mesmo por cima da casa das máquinas e o barulho era ensurdecedor até a box do duche tremia e parecia que se ia desmanchar, ainda comentamos o facto com outros passageiros que diziam que se ouvia um certo barulho mas que não incomodava mas o nosso camarote parecia o Apocalipse, bem era hora de ir reclamar!!

Depois de fazer a reclamação na recepção do navio e sermos informados que o mesmo estava cheio solicitamos para sermos mudados de navio e a resposta foi negativa e depois de uma espera e de falar com o responsável do navio chegou a boa noticia, na falta de outros camarotes iríamos ser colocados na suite?

Suite do cruzeiro pelo Nilo
É isso mesmo caros leitores, pela primeira vez na vida recebera um upgrade desta dimensão e assim que o rapaz abriu as portas da suite a nossa boca caiu e acho que ainda hoje não voltou ao seu estado normal.

A suite era enorme com direito a tudo, casa de banho enorme com banheira de hidromassagem, um closet gigantesco uma sala de estar com TV enorme e super bem decorada e claro está uma cama King size magnifica e super confortável! Todo este luxo era simplesmente mais do que aquilo que imaginara na minha viagem à terra dos faraós que ainda foi brindado com 2 janelas gigantes que davam para uma pequena varanda onde se via desfilar as margens verdejantes do rio Nilo e o contraste das areias do deserto, simplesmente lindo!







Nos decks superiores ficavam outras salas e bares do navio onde os passageiros se encontravam no final da noite para um café ou um copo e onde a tripulação tentava animar as noites com musica ou folclore egípcio.
Um dos locais que mais nos atraiu no navio foi certamente o deck superior, uma área com relva falsa com um bar e várias mesas e cadeiras em redor de uma pequena piscina. Certamente esta foi a zona preferida de todos os passageiros e por ali nos demoramos bastante tempo a apanhar uns raios do forte sol do sul do país, ver desfilar a vida e os monumentos egípcios e quando o calor aperta a sério um mergulho nas águas da piscina.
Hoje considero que navegar pelas águas do Nilo foi um dos momentos mas marcantes de toda a viagem, o navio foi óptimo e criou a oportunidade tanto de ver a vida do Egipto a fluir e as suas margens inesquecíveis assim como estabelecer conhecimentos com outros passageiros o que tornou a viagem ainda mais agradável. Contudo acredito que nem todos se revejam num cruzeiro deste tipo por isso vos deixo os prós e contras de um cruzeiro pelo Nilo:

A Favor:
  • Os cruzeiros no Nilo são meio confortável de conhecer as milenares cidades nas margens do rio
  • Normalmente estes navios são com pensão completa pelo que não nos temos de preocupar com a alimentação
  • Permite visitar várias cidades sem o incomodo da deslocação nem andar com malas às costas
  • Segurança no navio é um favor para quem se sente incomodado com a abordagem dos egípcios
  • Apreciar as margens do Nilo que de outra maneira é impossível 
Menos Favoráveis:
  • Como em todos os cruzeiros o tempo nos portos é limitado e para quem quer conhecer mais aprofundadamente as cidades é um factor a ter em consideração
  • Dentro do navio o contacto com a população é mais limitado e quem quer mergulhar a sério na cultura do Egipto actual não é a maneira mais fácil

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Egipto - O inicio de uma grande aventura!

Devem ser poucas as pessoas neste Mundo que nunca sonharam conhecer a terra dos faraós e eu, apaixonado por tudo o que envolve viagens, desde muito criança que tinha um fascínio incrível pelo Egipto e sonhava um dia poder lá ir e desvendar todos os seus segredos, quem sabe até descobrir um tesouro enterrado? Nunca se sabe...!



Quando comecei a viajar com mais frequência o desejo de ir a este país nunca desapareceu mas a possibilidade de conhecer outros destinos foi adiando a visita para uma altura qualquer, aliado ao facto dos preços na altura não andarem mesmo nada convidativos. Nesse ano a ideia não era sequer passar pelo Egipto, aliás, sequer tinha sido ponderado a ideia. Mas então como fui lá parar?? 
Tinha reservado férias do ano anterior com a ideia de fazer um grande tour pela Índia e de conhecer todos os cantinhos desse sub-continente, mas estava difícil de encontrar um operador para aquilo que procurava e estava mesmo fora de questão perder-me pela Índia sozinho (ainda por cima marinheiro de primeira viagem!). Com tanta dificuldade fui numa feira de viagens com milhares de operadores e lá encontrei aquela dita viagem com um preço.... enfim tinha de saltar para o plano B e ali em cima do joelho consegui mudar as minhas férias e pelo preço da viagem à Índia marquei para o Egipto e ainda sobrou dinheiro para ir à Áustria, República Checa e Itália. No balanço das contas ainda saí a ganhar e foi assim que voei rumo ao meu sonho de criança.

Post it EGIPTO


A história do Egipto claramente confunde-se com a história de toda a humanidade, são milénios de uma civilização que nos deixou um dos maiores legados culturais de todos os tempos e só depois de cruzar as suas fronteiras é que temos a verdadeira dimensão da sua grandiosidade e importância para a humanidade de um país praticamente desértico.

Situado no norte de África a República Árabe do Egipto é dos poucos países transcontinentais do Mundo pois a Península do Sinai fica na Ásia assim como é dos países mais populosos da já mega populosa África. O seu clima árido faz com que as temperaturas sejam altíssimas durante o ano inteiro e mesmo no mês de Outubro o Sol foi impiedoso e pede todas as precauções e facilmente os termómetros subiram bem acima dos 40 graus! Com tanto calor o país está rodeado de um imenso deserto e só cerca de 5,5% da área do país é habitável!

Capital: Cairo
Língua: Árabe (no turismo e comercio o inglês é falado fluentemente e com facilidade encontra-se alguém que fale espanhol)
Clima: Desértico
Moeda: Libra Egípcia (1€ = 9,74 EGP)
Hora Local: +2horas em relação a Lisboa/Londres
Religião: 90% Islâmica


O Rio Nilo



Nada do que conhecemos sobre Egipto de hoje e de outras eras não existiria se não fosse a grandiosidade do rio Nilo. É considerado o maior rio do Mundo com 6852 km que nasce no Ruanda e desagua no Mar Mediterraneo e é a força vital deste impressionante país. Ao longo das suar margens estendem-se as cidades egípcias e os mais maravilhosos monumentos de toda a antiguidade sendo que um cruzeiro no Nilo é uma das coisas mais espetaculares que podemos fazer na nossa visita.

Como chegar e requisitos de entrada

Escusado será dizer que a maneira mais fácil de chegar ao Egipto é rasgando os céus num avião. Na altura em que fui a Egyptair voa directa de Lisboa para o Cairo num voo de pouco mais de 6 horas. Foi um voo tranquilo e confortável com serviço bastante bom. Apesar desta primeira longa viagem no Cairo só fiquei poucas horas pois a descoberta do Egipto começava bem mais a sul na cidade de Luxor então depois do controlo de passaportes foi tempo de esperar um pouco e apanhar outro avião numa viagem de pouco mais de 1h30.

É requerido visto de entrada a todos os que entram no Egipto assim como passaporte válido. O visto pode ser adquirido na chegada mas preparem-se para umas filas de espera, como viajei com ele já tratado de Portugal foi só cola-lo numa página do passaporte e seguir caminho para a emigração.

Outra maneira de entrar no Egipto é através dos inúmeros cruzeiros que navegam pelo Mediterraneo, apesar de a visita ao país ficar mais limitada é uma forma diferente de chegar a um país e conhecer um pouco sobre o mesmo em poucos dias.


 E assim começa uma aventura por um país magnifico cheio de surpresas que sempre sonhara em conhecer e que partilho nos próximos posts para que fiquem tão apaixonados quanto eu pelo antigo e pelo novo Egipto.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Sevilha no grande ecrã


Escusado será dizer que Sevilha é uma das cidades mais impressionantes de Espanha e se seguiram os post aqui no blog sobre a cidade certamente reparam que fiquei simplesmente apaixonado por este local!
Por muito tempo pensei como era possível uma cidade como aquela não figurar nas telas dos cinemas em grandes produções pois ali nada mais é preciso para retratar todo o ambiente andaluz pois todas as suas calles são autênticos cenários! Andei pesquisando aqui e descobri que a capital da Andaluzia caiu nas graças de alguns realizadores e figura como cenário e até parte integrantes de grandes filmes. Um dos mais conhecidos filmes em que a cidade é pano de fundo é a famosa série de filmes Star Wars no episódio II onde representa um qualquer planeta ou reino e que me desculpem os inúmeros fãs mas eu não mesmo nada da saga pelo que não vi nenhum episódio (vá não é preciso fechar a página já, são só questões de gosto). Sevilha não figura só nos ecrãs da ficção cientifica e também serviu de cenário a um dos maiores clássicos do cinema no filme Lawrence da Arábia.

Recentemente descobri um magnífico filme espanhol onde não só a cidade serve de palco ao desenrolar do filme como é ela mesmo a alma da película. Perguntam vocês que filme se trata, pois bem chama-se Blancanieves (sim Branca de Neve!) numa envolvente adaptação deste conto completamente envolvido na alma sevilhana, nas suas tradições e para os que pensam que se trata de mais um filme infantil acreditem que estão enganados. Obviamente que o filme tem muitos pontos em comum com a história que todos conhecemos mas assim que aparece o primeiro plano na tela é impossível ficar indiferente a um dos melhores filmes espanhóis dos últimos tempos!

Não vos revelo o desenrolar da história porque até já o devem imaginar, mas preparem-se para uma versão completamente apaixonante e não estranhem a fotografia do filme pois sim ele é totalmente a preto e branco e totalmente mudo, que nos faz mergulhar no inicio da era do cinema e quase achamos que Charlot entrou nesta película. Admito que fiquei completamente apaixonado pelo filme e aconselho amplamente que o vejam em especial para aqueles apaixonados pelas tradições da velha Espanha.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Museu de Belas Artes de Sevilha e um último olhar sobre a cidade

Nesta coisa das viagens decididamente que o tempo corre a outra velocidade quando comparado com aqueles dias chatos no trabalho, e quando damos por nós era dia de ter malas prontos, check out feito no hotel e aproveitar as últimas horas na maravilhosa cidade de Sevilha.

Aproveitando as ofertas que o Sevilha Card incluía aproveitámos uma que dava acesso a um dos vários bus turísticos e acabámos por fazer todo o percurso revendo aqueles lugares mágicos que a cidade oferece, uma passagem pelo que foi a glória da Expo'92 hoje quase deserta e atravessámos o carismático bairro de Triana.

Longe vão os tempos em que aquele bairro vibrava ao som dos ciganos e de uma população menos nobre que a cidade histórica mas bem mais cheia de vida e sentimento. Ainda é possível sentir pelas suas ruas a alma que essa gente por la deixou ecoada pelos sons do flamenco sevilhano que torna esta cidade tão única em toda a Espanha. A visita a este bairro deixou sabor a muito pouco e ficou na lista das promessas do regresso em breve e novamente nos encontramos no centro histórico da cidade rumo ao último lugar que deixou marcas na nossa visita.

Novamente perdidos no labirinto de ruelas e dando uso ao já mais que explorado mapa da cidade o nosso destino ainda teimava em não ser descoberto!

Considerado um dos segredos ocultos da cidade, o Museu de Belas Artes é uma das grandes obras do barroco espanhol que guarda uma das maiores galerias de arte do país. Escondido no que foi noutros tempos o antigo Convento de la Merced o museu abriu as suas portas em 1831 às mãos de Juan Oviedo e recebe os seus visitantes com 3 maravilhosos pátios andaluzes que são um excelente repouso para a sua enorme exposição que se estende por 14 salões em 2 andares.
O acervo do museu é extenso e excelente onde podemos ver obras de vários estilos e épocas que foram sendo acrescentadas de outros mosteiros e igrejas. Aqui repousam obras ímpares de grandes pintores espanhóis e se são apaixonados por El Greco, Velázquez, Zurbarán e Murillo preparem-se para uma epifania de sensações!

Com tanto artista de renome, cujas obras ascendem a valores astronómicos não admira que este museu seja considerado a segunda melhor galeria de Espanha logo a seguir ao famoso Museu do Prado e é uma oportunidade única de mergulhar na arte espanhola.


Já próximo do final da visita entramos na antiga capela do convento onde estão expostas outras obras emblemáticas mas que se destaca a magnifica cúpula restaurada.


E por aqui demos encerrada a nossa visita a Sevilha uma cidade que nos surpreendeu muito pela positiva e que merece obviamente uma visita mais profunda e demorada para absorver tudo aquilo que uma das cidades mais fantásticas de Espanha nos tem para oferecer.

Vontade não faltou de nos demorarmos mais um par de horas na cidade e adiar a partida mas ainda nos esperava uma viagem de cerca de 5 horas até Lisboa debaixo daquele calor infernal que nem o ar condicionado gelado do carro conseguia fazer frente. Partimos mas ficou certamente a promessa de regressar e com a família toda.

Informações úteis:
Morada: Plaza del Museo nº9
Ingressos: 1,50€
Horário: Terça a Domingo: 10h às 17h (Junho a Setembro). No resto do ano: 10h às 20:30h


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Casa de Pilatos e Palácio de la Condesa de Lebrija - O esplendor dos palacios de Sevilha

Se Sevilha encanta com o seu autentico labirinto de ruas no seu centro histórico a curiosidade de saber o que se encontra por detrás das suas paredes e conhecer o interior das grandes casas andaluzes então está na hora de abrir o mapa, treinar o espanhol e meter pernas à estrada. Praticamente dissolvido no emaranhado de ruas do casco histórico encontra-se uma verdadeira pérola dos palacetes sevilhanos Casa de Pilatos.


Decidimos começar o dia por este magnifico palácio que a dar pelo mapa parecia não estar longe do nosso hotel, contudo isto de andar por uma cidade que é um labirinto nem tudo o que parece é, e às tantas nem o mapa nos salvava não fosse o gps do iphone ainda provavelmente andaria a esta hora à procura da maldita rua. Apesar de uma fachada mais imponente do que os restantes edifícios da rua, o Palácio de los Adelantados Mayores de Andalucía ou mais conhecido como Casa de Pilatos, pode passar despercebido aos olhares menos atentos e não faz jus às riquezas que se escondem por detrás dos seus muros.

Entrada principal da Casa de Pilatos



A história desta magnifica "casa" remonta aos séculos XV e XVI quando se deu o inicio da sua construção por cima do que fora noutros tempos um palácio mudejar que foi sendo aumentada com sucessivas compras de outras casas e solares que a rodeavam o que resultou na adição de salões, pátios e jardins no que foi a maior residência privada de Sevilha, o nome de Casa de Pilatos nasce após uma peregrinação a Jerusalém de Don Fradique Enriquéz.

Vários anos de história ditaram o que conhecemos hoje deste palácio no qual se destacam dois estilos o italiano e o mudejar para o qual foram chamados artesão do reino de Granada para executar os intrincados estuques e os coloridos azulejos em maravilhosos salões espalhados pelos 10 mil metros quadrados de todo o conjunto.



Para lá do portão de mármore que serve de singela entrada ao palácio, somos recebidos num imaculado pátio andaluz com uma fonte refrescante bem no seu centro. Em redor do pátio abrem-se colunatas de um intrincado estuque de estilo árabe e varandas com uma galeria com bustos de personagens importantes da antiguidade. Se tanto branco nos ofusca ante o sol do sul de Espanha são nas paredes que se encontram os maiores tesouros dos azulejos mouriscos que decoram aquele espaço.









Como não poderia deixar de ser, é em redor do pátio principal que se abrem as mais belas salas e salões de todo o palácio. Ali podemos admirar os espetaculares tectos trabalhados em estuque, as portas e os arcos com intrincados trabalhos em madeira incrustada que são tantos pormenores que nos damos completamente absorvidos por todo aquele ambiente.

Por ali ficamos um bom bocado de tempo a apreciar todos os pormenores enquanto se fazia tempo para a visita guiada ao primeiro piso que estava agendada para dali a uma hora mas com tanta beleza o tempo acabou por voar e lá nos dirigimos para a monumental escadaria que nos leva ao primeiro andar.













Na hora marcada lá estávamos diante da que é considerada a mais magnifica escadaria da cidade que noutros tempos fazia a divisão do andar superior utilizado no inverno por ser mais acolhedor com o andar inferior mais fresco e arejado no que era um constante vai e vem de mobília entre os dois pisos. Toda a monumental escadaria coberta de azulejos ate ao seu tecto coberto com uma enorme cúpula dourada bem ao estilo do Real Alcazar de Sevilha.































Somos recebidos por uma simpática guia que nos acompanhou na visita ao andar superior que apesar de manter a mesma planta do andar nobre difere totalmente no estilo. Pelas suas salas visitamos os aposentos privados da família onde estão expostos vários exemplares de mobília de época, ricas tapeçarias que descem dos tectos extremamente ornamentados com temas da mitologia e obras de arte de valor incalculável como quadros de Goya.

A visita é realizada em inglês e espanhol mas a guia prontificou-se a explicar em português mas visto sermos os únicos na sala com a língua de Camões e o espanhol não era impedimento a visita seguiu em castelhano mesmo e com tanta coisa por ver a visita guiada mostrou-se uma mais valia preciosa.

Apesar de ser ainda nem 10 horas da manhã já se fazia sentir um calor abrasador no piso o que só por si explicou o vai e vem de mobiliário entre os 2 pisos. Infelizmente são proibidas fotos no andar superior por isso deixo-vos uma da página oficial.  

De volta ao andar térreo deixamo-nos perder no pequeno mas luxuriante jardim. As suas dimensões não chegam para impressionar pois esse aspecto fica ao encargo das várias espécies das muitas fontes que refrescam o ambiente. São vários recantos que o jardim nos desvenda onde podemos encontrar ainda uma colecção de objectos arqueológicos.  
Assim demos por concluída a visita à Casa de Pilatos um dos monumentos impressionantes da cidade que novamente nos faz viajar no tempo e conhecer a vida da alta sociedade sevilhana dos séculos passados.

Informações úteis

Localização: Plaza de Pilatos, 1-41003 Sevilla, no centro histórico da cidade
Horários: 9 - 18h (até às 19h no Verão)
Ingresso: 6€ andar inferior, 8€ andar inferior e superior. Inclui áudio-guia também em português e no piso superior visita guiada. Só são permitidas fotografias no andar inferior 

Mais informações visitem a página oficial da Casa de Pilatos

Palácio de la Condesa de Lebrija


Cansados da visita à Casa de Pilatos e de toda a pompa da nobreza sevilhana? Nem por isso e como estávamos empenhados em conhecer os palacetes da cidade lá nos fizemos ao caminho rumo à próxima "casa" incluída no nosso roteirinho. A receita é basicamente a mesma do palácio anterior, uma magnifica casa escondida por uma fachada mais simples algures perdida no meio das ruelas da cidade. 


O palácio começou a ser construído no século XV e após vários donos só após 1901 quando foi vendido à Condesa de Lebrija e o restaurou e lhe deu uma nova época de esplendor.

O palácio é uma típica casa senhorial sevilhana com um pátio rodeado de magníficos salões e um andar superior com acomodações mais aconchegantes para o frio do inverno.

A condensa como uma mulher culta foi recheando o palácio com uma vasta colecção de achados arqueológicos e de obras de arte que hoje podemos apreciar na visita com grande destaque para o mosaico romano que cobre o chão do pátio principal.

É um encanto uma pessoa perder-se nos vastos salões da propriedade e apreciar a valiosa colecção que ali se encontra e mais uma vez nem damos pelo passar do tempo e está na hora da visita guiada aos aposentos superiores onde infelizmente não podemos tirar fotos às suas sala ricamente decoradas.  



Informações úteis:

Localização: Calle Cuna 8, 41004 Sevilla. Localiza-se bem no coração da cidade paralela a uma das ruas mais movimentadas.

Horário: 10:30h às 18:30h (fecha mais cedo aos fins de semana)

Ingressos: 5€ andar inferior, 8€ andar inferior e superior com visita guiada. Só é permitida fotografia no andar inferior

Para mais informações visitem a página oficial do Palácio de Lebrija