Em Viena não é de todo difícil encontrar o centro histórico dada a imponência e a quantidade de edifícios imperiais que se vão desvendando a cada virar da esquina. Ainda nem tínhamos colocado os pés fora do jardim e já se avistava a famosa ópera mesmo ali quase paredes meias com o museu do Albertina e o enorme palácio do Hofburg. Efectivamente o que sobra nesta cidade é opção de escolha, desde o mais simples até aos intrincados Rococós, e a balança da justiça pesa infatigavelmente para o lado da carteira, especialmente quando vamos com o pilim quase contadinho.
Os afamados palácios imperiais não podiam deixar de estar presentes na nossa visita, e pela rua estreita praticamente sem carros seguimos o caminho pelo palácio de algumas centenas de metros até chegar à sua impressionante entrada. O Palácio Imperial de Hofburg (Schloss Hofburg) encontra-se bem no coração do centro histórico da cidade, praticamente todas as ruas vão dar a ele, e o seu gigantesco tamanho torna-o bem visível até aos mais distraídos. Foi a residência de inverno da casa imperial dos Habsburg durante 7 séculos, as suas 2600 salas testemunharam diversos estilos e inúmeras ampliações tendo sido até palco da anexação da Áustria à Alemanha por Hitler.
Antes da entrada passou-se pela Escola de Equitação Espanhola que apesar das boas recomendações de ver os cavalos no seu aquecimento que mais aprece uma valsa num estábulo que parece um salão de festas, as fracas economias não permitiram o acesso ao espectáculo.
A entrada encontra-se finalmente na Michaelerplatz onde sobressaem à vista as cúpulas de bronze esverdeado pelo tempo e que inteligentemente foram protegidas com rede electrificada impedindo aqueles ratos com asas dos pombos de lhe darem o seu contributo pessoal na decoração.
Aconselho a comprar o bilhete para ver as pratas, os aposentos imperiais etc etc, e felizmente existe um combinado para os 2 principais palácios por 22,50€. Iniciamos a visita pelas salas das pratas e dos ouros com um áudio-guia que já vem no preço do bilhete. Não é propriamente a zona mais chamativa do palácio, contudo diante de nós vão mostrando serviços de mesa, copos e talheres de ouro prata e platina, todo um luxo que aquela gente muito muito poderosa podia dispor durante séculos. Os guias são muito interessantes, explicam como se processava um banquete as normas e regras desde a colocação dos pratos até comportamentos. Entre os vidros está colocada uma mesa de banquete com o seu centro de mais de 30 metros de comprimento conforme ditava o figurino.
Ainda a visita ia a bem no inicio e o corpo já dava sinais de algum desgaste, aqui e ali uns bancos serviam de poiso para descansar e ganhar fôlego para o resto da jornada. Ao fim de mais de 30 salas de objectos de luxo lá apareceram as escadarias e uma nova visita. Creio que seja impossível visitar o palácio sem ser pelo mesmo percurso o que infelizmente acaba por tornar um pouco cansativa a visita. Entravamos agora no "mundo encantado" da Imperatriz Elisabete mais conhecida por Sissi. Sem dúvida uma imagem de marca na sua época imortalizada por alguns comportamentos um pouco estranhos, a sua loucura pela forma física que lhe fazia ter uma cintura de 51 cm, os seus longos cabelos que demoravam 3 horas a pentear e todo o seu charme que acabaram no seu assassinato por engano, imortalizando assim esta estranha monarca. São várias salas das suas jóias e dos seus vestidos, do famoso retrato com estrelas acabando na sua morte e em jeito de despedida ali mesmo de frente o estilete que lhe fora espetado no peito por engano e a matou.
Ao fim de mais de hora e meia finalmente entramos no palácio propriamente dito, visivelmente cansados ganha-se outro animo para ver os seus segredos. Para uns pode não passar de um simples palácio com riqueza iguais a muitos outros, para mim e creio que para aqueles que o visitaram é um marco inconfundível dos diversos estilos que a Europa viveu, das formas de viver da monarquia daquele tempo, das "inovações" da época como o ginásio e a casa de banho completa, de todo um luxo que praticamente é impossível conceber com que dinheiro aquilo foi pago. Além do mais foi um palácio que foi o centro das grandes mudanças na Europa, ali nasceu Maria Antonieta muitos anos antes de perder a cabeça, ali se fizeram as revoluções culturais com Mozart e outros tantos artistas que nas suas mais de 80 salas abertas ao público nos vão envolvendo nas suas histórias.
A visita acabara ao fim de mais de duas horas, cansados e com fome não restou mais forças a não almoçar ali mesmo encostados a uma parede deste grande monumento.
Dicas:
- Schloss Hofburg é um palácio enorme e convém visita-lo com tempo e apreciar toda a sua beleza;
- Chegar bem cedo, pois à nossa saída já se formavam filas consideráveis mesmo sendo Inverno;
- Comprar bilhete combinado Sisi Ticket
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