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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Em Azul e Branco!

















O deserto havia ficado para trás, e por acordo mútuo havíamos escolhido um hotel tipo fantástic para nos acolher nas últimas 3 noites pelo Magrebe. Como numa esfera perfeita, 360º dados e voltámos ao ponto de partida, de novo na Tunísia, bem instalados, longe dos cous-cous e numa de ficar de papinho para o ar nos últimos 3 dias, não tivesse sido uma olhadela rápida por um panfleto que anunciava arábicamente as suas viagens! Contados os últimos tostões uns telefonemas e pronto, lá voltaríamos a acordar às 5 da manhã para não lhe perder o ritmo.
Como que abandonados, o conforto do nosso Jeep moldado aos nossos traseiros havia sido trocado por um autocarro cheio de turistas, tão cheio que para quem andou estes dias no deserto parecia uma multidão. De rumo à capital não tardou muito para que os olhos só vislumbrassem uma magnifica paisagem interior, algum guia tagarelava qualquer coisa em espanhol, os espanhóis riam e nós .... dormíamos.
Primeira paragem no Museu do Bardo, deveras interessante mas apinhado de objectos num harém de à muitos séculos atrás, coroado com cúpulas magnificas. Rapidamente o olhar se desprendeu das explicações e com a cabeça a fervilhar de cansaço e aventura, decidimos explorar o museu de uma maneira bem mais peculiar. E da cultura à loucura, é só um saltinho quando demos conta não havia palanquim onde não houvesse imitação de uma estátua eroticamente destruída.
A visita foi terminando à proporção do aumento dos vendedores de colares e bujigangas pendurados na porta do autocarro, e quanto mais este acelerava, mais o preço baixava, sempre se trouxe uma serie de colares que tirei da mão da mão do homem e lhe espetei uma nota das mais pequenas. Não muito longe, o autocarro deu ordem de soltura, as ruínas de Cartago estavam à distancia de um portão. Nunca me atraíram muito ruínas,  mas Cartago brindou-nos com um sol radioso a contrastar com o azul cobalto do Mediterrâneo, onde outrora nascera uma cidade, cujas termas após mais de 2 mil anos ainda teimam em se erguer do alto das suas colunas jónicas, deixando bem cá dentro a pergunta a flutuar de como haviam conseguido? Foi irresistível não tirar o dedo do botão da máquina, de pousar e pousarem em cima das colunas e dos arcos tais modelos duma marca qualquer, e ao mesmo tempo conseguir admirar todo o esplendor de uma civilização que da qual também fizemos parte.
O sol ia bastante alto, e nada melhor que acabar a manhã em Sidi bou Saïd. a vila fervilhava de turistas e de lojas de recuerdos, e imunes aos pregões dos vendedores fomos absorvidos pelo esplendor da cidade azul e branca (houve quem fosse realmente absorvido dentro das lojas). O branco intenso fazia sobressair o azul profundo de estranhos emaranhados de ferro e madeira que cobriam portas e janelas, numa atmosfera quente e atraente, onde apetece permanecer e ficar olhar para o infinito, deixar fugir um sorriso e encerrar um capitulo em estilo de La dolce vita! 
Mas a doce vida tinha hora marcada, um belo prato de cous-cous esperava-nos em Tunes, assim como um passeio pelas suas avenidas. Tunes mostrou.se uma cidade moderna, elegante e sedutora, fruto da mescla francesa e magrebina. Polvilhada de lojas e longas avenidas que terminavam no seu fantástico e labiríntico souk, de cafés apinhados de homens na lentidão dos seus cachimbos de água sob o contraste do fervilhante mercado, onde ninguem resistiu a comprar umas vestes das 1001 noites que têm feito enorme furor nos carnavais!! Bem regateadas e metidas no saco de plástico, um presentinho do senhor da loja e o dia marcava o seu fim numa viagem de regresso que os surpreendeu em beleza e diversão, encheu um pouco mais as páginas vazia da cultura geral e nos trouxe de volta à civilização, após o sonho do magnifico deserto,
A noite caiu rapidamente e ninguém se fez rogado a deixar-se embalar nos braços de um sono profundo.

3 COMENTÁRIOS :

  1. tb por la andei, e por la deixei um pco de mim. Adorei.. hei-de voltar um dia. Para ja, ha mais coisas por conhecer =)

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  2. De braço ao peito os senhores doutores não me deixaram sair do hospital, após ter ido ao bloco para por o osso no sitio, assim sendo, excursão a cartago ficu engessada.

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