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segunda-feira, 22 de março de 2010

Night Train

Com a birra do sono, de uma noite mal dormida agarrado ao termómetro a ver se não fazia febre, lá me apresentei bem cedinho no aeroporto com destino ao Leste Europeu, ou o pouco mais ocidental da mesma. Uma breve paragem no gigantesco aeroporto de Frankfurt e das suas intermináveis passadeiras rolantes apanhei outro avião com destino a Praga. 
Feita criança deleitava-me ao ver os campos cobertos de neve durante a curta viagem entre a Alemanha e a República Checa, e a observar o encantador por do sol sob os campos nevados. Aquela lata com asas tocou no chão já havia anoitecido e em pouco tempo se recolheu os malões (quase baús) alguns já com ausência comprometedora de peças fundamentais. Na tentativa de levantar dinheiro em checo e o multibanco teimar em dizer que não tinha dinheiro lá fui ajudado por um português que esperava não sei bem quem naquela terra de gente com língua muito esquisita, nada feito o aparelho ganhava a guerra e lá me contentei com umas miseras coroas para a minha sobrevivência. 
Lá consegui achar um bus qualquer que diziam deixar mesmo à porta da estação e durante 45 minutos lá tentei ver alguma coisa de Praga entre a escuridão. Apeado à porta da estação Hlavni Nadrazi no seu estilo  Arte Nova completamente decadente (em restauro) não se via daquela habitual confusão das partidas e das chegadas. As ajudas e o inglês daquele povo não era o mais eficaz e durante uma série de minutos lá me tive de contentar com um sobe e desce incessante de escadas à procura da bilheteira que se não fossem os símbolos não se percebia absolutamente nada daquele alfabeto. O subterrâneo daquela estação abre-se ao mundo como um centro comercial, com lojas as ditas bilheteiras e uma série de gente com um ar assustador, afinal a União Soviética não acabou?
Após uma discussão que ia chegando às vias de facto com a mulher das bilheteiras lá se conseguiu comprar os bilhetes para Viena e ainda enfrentar uma espera de 5 horas até há chegada do comboio. De tralha bem composta montamos acampamento numa fast food  e na compra de um refrigerante fez-se sala durante algumas horas, comemos o magnifico buffet que vinha dentro das malas e ainda se preparou o almoço do dia seguinte.
Chegara a hora e completamente impacientes pelo descanso do guerreiro, lá nos montamos no comboio e nos indicaram o minúsculo compartimento com um beliche e um lavatório, na sua habitabilidade de um metro quadrado mais duas pessoas as respectivas malas casacos etc etc.
Sem mais forças adormeci e deixei-me levar naquele pouca-terra até Viena.        

1 COMENTÁRIOS :

  1. este comboio vai ficar marcado na tua vida!
    faz parte da aventura ;)

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