Haviam-se passados vários dias a palmilhar esta cidade tão elegante e fascinante que hoje mais de um ano passado ainda recordamos com saudade. Muitas coisas tinham sido visitadas, monumentos magníficos a condizer com o espírito imperial que se vive por aquelas bandas. Era a última noite em Viena e tínhamos deixado efectivamente a cereja para o topo do bolo, sim iríamos à aclamada Ópera Estatal de Viena. Foram algumas semanas de pesquisa frenética na web sobre preços, peça etc's e tais. Nem sempre o site da Staatsoper era fácil de compreender, efectivamente tinha tradução para inglês mas quando fizemos a reserva dos bilhetes começou a vir tudo escrito em alemão e nem o Google tradutor nos safou, nossa sorte é eu ter uma familiar que fala excelentemente alemão e lá nos ajudou a realizar a compra. Estava escolhido a peça seria Der Fliegende Holländer (que já explico mais a frente), e o melhor de tudo o preço de cada bilhete foi apenas de 10 €, sim isso mesmo, mais despesas de envio por correio para casa ficou em 25 € bilhetes para o casal. Mas se eu já havia ficado impressionado com o preço dos bilhetes para tão aclamada ópera (apesar de serem no último balcão) mais impressionado fiquei quando recebi os bilhetes na minha caixa dos correios 1 dia e meio após a sua reserva na net. Impressionante!!!
Mas regressando de novo a Viena, já havíamos passado algumas vezes pelo edifício da ópera, tirado algumas fotos e limitado o interesse por isso mesmo, afinal sabíamos que havíamos de entrar la dentro e conhecer e ouvir uma magnifica ópera. Existem visitas guiadas durante o dia mas sinceramente dado os preços dos ingressos para ver um espectáculo mais vale ir realmente à ópera. Chegara então a aguardada noite, a ópera começaria pelas 19h (muito cedo para os padrões portugueses), fomos a correr ao hotel eu vestir o fato e gravata ela o vestido e um lindo casaco de pelo (sim somo pobres e contra as peles verdadeiras, era só mesmo para meter vista). Fomos no metro até à estação da ópera, tal como quem vai para um casamento, e entramos no edifício, assombroso para a vista, requintado, foi impossível conter o riso, afinal nenhum de nós tinha ido antes a uma ópera a sério com todo aquela pompa e circunstancia.
A Staatsoper foi o primeiro grande edificio público da Ringstrasse, realizado em estilo Neo-Renascentista tendo sido inaugurada em 1869 ao som de D. Giovanni de Mozart. Nem sempre foi do gosto dos vienenses, contudo durante a II Guerra Mundial foi atingida por uma bomba que a destruiu por completo excepto a fachada. Fora então reconstruida em 1955 e desde então tem sido um dos marcos mais importantes da música clássica a nível mundial. O edifício é grande e elegantemente decorado, a sala de espectáculos é enorme e de uma altura impressionante, lá no topo do último balcão chega a dar vertigens, os vários assistentes ajudam-nos a encontrar o lugar com facilidade e depois de instalados estávamos prontos para o inicio daquilo a que chamamos a nossa anunciação ao mundo da cultura.
Deixo-vos uma fotomontagem de várias fotos que tirei para terem noção do tamanho e profundidade da sala:
Fico bastante satisfeito por ler que tiveste uma grande primeira noite na opera. Espero que seja certamente a primeira de muitas! E gabo-te a coragem, ouvir Wagner, é sempre uma coisa muito pesada, apesar de o Holandes Voador ser uma das suas primeiras operas e ainda ter alguma influencia italiana no meio.
ResponderEliminarTer um debute numa casa de opera como a de Viena nao é para todos!
Quanto aos preços, de facto foi muito barato, mas em Lisboa tambem consegues adquirir bilhetes em ultima hora por 20e e existem descontos de idades bastante significativos. é verdade que o bilhete mais barato de Lisboa é mais caro que o de Viena, mas se em Lisboa no maximo gastas 60e, em Viena ultrapassas a centena!
Tambem podes ter uma grande experiencia de opera na Gulbenkian, com as transmissões em directo do Met de Nova Iorque, onde se tiveres menos de 25 anos pagas apenas 7,5€.
Portanto, como ves, Lisboa está cheia de coisas boas para oferecer, aos mais atentos! Força ai. Conta comigo sempre que te apetecer explorar mais este mundo que nunca acaba nem está morto, mas em constante mutaçao!