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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ponte de Carlos e Bairro Judeu - Continuando a descobrir Praga


Por mais vezes que vá dizendo que Praga é magnifica, espectacular etc etc, nada se compara ao viver e passear pelas suas ruas, coisa que ainda não tinha feito na realidade quando me deixei perder na magnificência da Praça da Cidade Velha. Guardei definitivamente o mapa na mochila, com o verdadeiro intuito de me deixar perder nas ruas sinuosas e deixar a cidade continuar a surpreender-me. Seguindo o fluxo de turistas e habitantes segui por Karlova uma longa rua, estreita mas pulsante de vida, repleta de lojas um pouco  turísticas mas daquelas que enchem bem o olho e esvaziam rapidamente a carteira. No final da rua somos brindados novamente com outra torre e daí em diante a famosa Ponte de Carlos.

Ponte de Carlos


Esta grandiosa e imponente ponte é, a par do relógio astronómico, um dos cartões postal da cidade e não deixa ninguém indiferente à sua passagem. Foi mandada construir em 1357 para ligar os bairros da cidade velha ao bairro pequeno e foi a única ponte sob o rio Moldava até 1741. Na entrada de cada bairro a ponte tem uma torre com o nome do respectivo que sinceramente não sei se serviram para algum motivo militar ou simplesmente por estética. A torre da cidade velha lembro-me que dava para subir e tinha uma exposição sobre máquinas de tortura, mas que não posso falar pois optei por não entrar. Aquando a sua construção a ponte não se encontrava tão ornamentada como hoje a conhecemos, tinha apenas uma simples cruz, só no século XVII é que os seus 520 metros começaram a ser decorados com imagens de santos em toda a sua extensão.
S. João Napomuceno, passar a mão para dar sorte!
Torre do Bairro Pequeno
Infelizmente não pude deslumbrar-me com a plenitude da sua beleza porque metade da ponte se encontrava em obras de restauro, mas nem isso impediu que hoje diga que foi dos locais mais bonitos da cidade. Todo o mundo passa pelo ponte. mesmo nós quando nos damos conto já passamos pelo menos uma vez no dia por ela, e mesmo assim para-se sempre para mais uma foto, sentamos nos bancos ver as pessoas passar, os artistas de rua ou simplesmente apreciar as magnificas vistas que temos da cidade. É da ponte que obtemos a melhor vista do castelo da cidade e da sua gigantesca catedral, dos palácios e edifícios elegantes à beira rio, é simplesmente fenomenal passar por lá a qualquer hora do dia ou da noite. Vários artistas expõem as suas obras ao longo do caminho desde pintura a artesanato, e os preços acessíveis foram um verdadeiro assalto à minha carteira e foi ali que comprei recordações para toda a família e todos os amigos, e quando digo todos foram mesmo todos. Dica para quem gosta daquelas aguarelas dos pintores de rua aproveitem, são relativamente baratas e muito bonitas (o problema é que eu acho sempre bonitas e compro alguma em qualquer lado do mundo, resultado: já não tem paredes que aguentem tanto quadro aqui em casa!). deambulamos ainda algum tempo pela ponte, tirei fotos ao homem do realejo mas desta vez com um macaco de peluche e optei por não visitar o outro lado do rio, ficava para o dia seguinte.Voltei no mesmo caminho com a intenção de visitar o Bairro Judeu.
Pintores e artesanato sob aponte com uma excelente vista para o Castelo

 
Bairro Judeu ou Josefov


O Bairro Judeu, encontra-se realmente muito próximo da cidade velha e é muito fácil encontra-lo (já as sinagogas...), saídos da Ponte de Carlos, seguimos ao longo do rio e visitamos o Rudolfinium um elegante edifico que aloja a orquestra filarmonica Checa, nos seus jardins obtemos uma excelente vista da ponte e da outra margem da cidade. Finalmente entramos novamente nas ruelas da cidade, daquilo que até ao ano 1850 foi um gueto destinado aos judeus com poucas condições humanas, hoje em dia encontramos construções elegantes como no resto da cidade e pouco nos diz dos modos de vida de outros tempos. Já na Idade Média que na cidade viviam 2 comunidades judaicas que foram sendo confinadas ao gueto devido as politicas anti-semitas da altura, como disse pouco restou desses tempo excepto algumas sinagogas e o cemitério, mas consta que era uma comunidade organizada pois dispunha inclusivamente de uma Câmara municipal.
A grande atracção do bairro além de várias sinagogas é o seu cemitério, existem uma série de bilhetes e combinados que se compram nas portas por baixo da faixa azul como se vê na foto, na altura optamos pelo mais caro que dava acesso a todos os monumentos, mas depressa nos arrependemos...
Antigo Cemitério Judeu

Fundado em 1478 este antigo cemitério foi o único local onde os judeus podiam ser sepultados de acordo com as suas crenças. Pouco ou nada mudou desde essas época e dizem os guias que se mantém praticamente com as mesma área desde então. Repleto de símbolos nas suas lápides e epitáfios, que requerem um olhar mais atento e conhecedor, o que chama mesmo a atenção é a sua organização um quase amontoado de lápides, cerca de 12 000 e devido à falta de espaço ao diz-se que eram enterrados corpos até 12 uns por cima dos outros.
É um passeio calmo, algo sombrio como seria de esperar de um cemitério, mas ao mesmo tempo interessante que nos faz pensar sobre a vida e as condições da mesma. Rapidamente se fez a visita ao cemitério e desta feita partimos na demanda de conhecer a totalidade das sinagogas que o bilhete incluía, creio que umas 10 no total. algumas facilmente foram descobertas outras com bastante dificuldade, pois encontram-se espalhadas por todo o bairro. A grande maioria não nos despertou qualquer interesse, nenhuma digna de recordação fotográfica excepto uma a sinagoga espanhola que é deslumbrante, algumas com exposições sobre artefactos e objectos do culto judeu mas com pouco explicação para quem pouco percebe. Agora sim vem a parte controversa, em detrimento de exporem ao visitante informação sobre o modo de vida judeu da época, os pilares e formas de culto da sua religião novamente somos bombardeados com imaginem o que? sim... Holocausto!!
Não há lugar para qualquer dúvida de que o Holocausto foi e é uma das maiores vergonhas da humanidade, mas por favor, uma pessoa paga para ir ver sinagogas e cultura judaica e em qualquer sinagoga que entramos lá havia uma qualquer referencia em lugar destaque ao holocausto, numas eram fotografias ou desenhos ou cartas mas noutras a coisa roçava o ridículo como encontrei uma caixa com atacadores de sapatos dos judeus levados para os campos de concentração, cabelos etc etc. Nesse momento disse para  a minha companhia: ACABOU-SE não entro nunca mais em nenhuma sinagoga na minha vida, e assim demos por concluída a visita ao bairro judeu.

Não posso negar que até ao momento de ruptura com a exposição dos atacadores de sapatos não tenha gostado de algumas coisas que vi, efectivamente o cemitério e uma ou outra sinagoga tiveram algum interesse mas na minha opinião o bilhete para todas as exposições não vale mesmo nada a pena pois alem de ser caro já sabem o que vão ver.. mas isto é a minha opinião!! Museu Judaico Link 

O final do dia foi passado a ver o entardecer sob as ruas da cidade e a sua iluminação, fomos beber uma enorme e famosa cerveja checa num bar da cidade velha e à noitinha fomos ter com os nossos amigos espanhóis onde acabamos por jantar num restaurante típico e deixamo-nos ficar na conversa no lobby do nosso hotel até altas horas da madrugada acompanhado de um excelente vinho português que tínhamos levado na mala para brincar a esta excelente viagem.        

2 COMENTÁRIOS :

  1. Chego meio sem querer no seu blog e me deparo com essa cidade linda!!!
    Tb achei muito interessante o bairro judeu!

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  2. Obrigado pela visita e já agora pode ficar a acompanhar as novas postagens. Praga é realmente Linda me surpreendeu imenso, não esperava tanto

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