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sábado, 15 de dezembro de 2012

Under Water Love - Mergulho na Ilha do Sal


Deixo-vos hoje com o relato de um dos dias mais especiais da minha vida, o dia em que quase me recusei a descobrir as maravilhas que se escondem debaixo das ondas!

O hotel Riu Funána oferecia uma aula  de mergulho com garrafa gratuitamente (como tem vindo a ser já normal nos grandes resorts). Mais por curiosidade do que outra coisa qualquer lá nos inscrevemos com o rapaz encarregue de tal e no dia e hora marcados lá estava um Jeep (ou o que restava dele) à nossa espera e de mais uma dúzia de aventureiros para a aula de mergulho. 
O nosso magnifico transporte!!
Ao contrário do que pensava a aula decorreu no Hotel Novohorizonte onde tem uma piscina de água salgada (e bem salgada) com a profundidade aceitável para a aula. A escola era Manta Diving Center que ficava mesmo nas instalações do hotel. O primeiro passo foi o reconhecimento e experimentar o material, os óculos, respiradores etc. 
Em volta da piscina todo o grupo ouviu com muita atenção as indicações do instrutor, o funcionamento do material, como se respira, como se retira agua do bocal e toda uma série de informações para a sobrevivência abaixo da linha do mar. Chega a hora de mergulhar com todo aquele pesadíssimo equipamento e coordenar a estabilidade do corpo, a respiração e a pressão dos ouvidos e no fim.... como se não baste-se ainda ter de nadar!
Aula prática!
Tenho de confessar que a aula não me correra da melhor forma e que estava a ter alguns probleminhas técnicos com tanta parafernália de equipamentos em cima e à volta de mim. Aos poucos lá lhe apanhei o jeito e o gosto e a coisa já começa a ter a sua graça. Mas como o que é bom acaba depressa era a recta final daquela aula. Mas... (e porque há sempre um Mas) quem quisesse poderia colocar os ensinamentos recém adquiridos em Alto Mar!

Confesso que como não me sentia como peixe na água a ideia de ir directamente para o mar não era de todo a minha preferida mas, ficara o gostinho e tinha já deixado em consideração pensar nesse assunto e marcar posteriormente o tal mergulho. Mas (de novo o Mas...) afinal o mergulho seria agora mesmo dentro de alguns minutos!... Após grande insistência da minha companhia (leia-se ameaças) lá me decidi e quando menos esperava já me encontrava todo equipado como manda o figurino na borda de um barco rumo ao alto mar cabo verdiano.

As regras eram fáceis, não tocar, não roubar nada do mar, seguir ordens do instrutor e simplesmente relaxar. Cada um com seu instrutor, sentado na borda do barco, mão na máscara e no bucal e 1,2,3 mergulho de costas para o mar! Começava a minha primeira exploração oceânica quase quase em estilo Jacques Costeau e a Odisseia Submarina (adorava aquilo).

Foto Manta Diving Center

Rumo ao infinito azul o primeiro impacto é o Azul, muito azul em todas as direcções e depois logo bem de seguida o Silencio, um silencio reconfortante que nos transmite uma paz e um conforto que nunca imaginei ser possível em alto mar. Continuando a descer rumo ao fundo não vendo ninguém ainda tive algumas dificuldades em estabilizar a pressão nos ouvidos e a descida foi feita lentamente. Quando já bem perto do fundo abre-se diante dos nossos olhos um País das Maravilhas, um jardim de pedras rodeados de milhares de peixes de todas as cores e tamanhos, enormes cardumes que nos seguiam (ou eu a eles) tantas espécies que só vira na TV e nos aquários ali selvagens diante de mim assim como outras tantas que nunca imaginara ver!
Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center
Nadamos por entre as pedras e a cada novo peixe, novo encantamento. Nem a boca de piranha das moreias ameaçadoras nas suas tocas me detiveram na minha odisseia de explorar os mares. Naquele momento eu queria ser um peixe e viver naquele paraíso! 

Uma mão surge sob a minha cabeça e aponta algum mais a diante, nadei naquela direcção e já la se encontrava a minha companhia de volta de um tubarão gato que repousava no fundo sem ligar nenhuma há nossa presença.
Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center
Pouco mais durou a minha visita pelo fundo do mar e chegara o momento de subir bem pausadamente até à superfície. As caras dos que já haviam chegado reflectia um dos maiores sorrisos que uma pessoa pode ter, e não era para menos. Dava-se por encerrada esta pequena aventura inesperada num dos momentos mais marcantes na minha vida, acabara de conhecer o fundo do mar cuja possibilidade só residia nos meus sonhos. Hoje quando estou na praia sinto uma imensa saudade desse dia e uma curiosidade ainda maior por saber o que aquele mar esconde debaixo das suas ondas. Pode ser que um dia ... pode ser...

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