Grandiosa, imponente, colossal entre outros superlativos, o grande símbolo da cidade rompe os céus e as vistas entre as ruas apertadas de Sevilha. Mas tanta magnitude teimava em não abrir as portas e deixar descobrir-se e só à terceira tentativa conseguimos visita-la no seu horário restrito.
Apesar do insucesso em tentar visitar a catedral pelas primeiras vezes, a deslocação até lá não foi de todo uma perca de tempo. Os arredores são um autentico museu ao ar livre, cheio de lugares espetaculares para conhecer, praças para desfrutar e beber um copo.
Torre da Giralda e Arquivo Geral das Índias |
Paredes meias com o maior símbolo da cidade, rodeada de carruagens para umas voltas turísticas pelo centro histórico, encontra-se o Arquivo Geral das Índias. Património da UNESCO desde 1987 é um arquivo histórico onde se encontram documentos relativos às colónias espanholas no tempo das descobertas, entre elas o famoso Tratado de Tordesilhas que adoraria ter visto pois também é um documento importantíssimo para a história de Portugal. A visita ao Arquivo Geral das Índias é permitida e de especial interesse para aqueles interessados na história dos descobrimentos, mas por incrível que possa parecer encontramos as suas portas sempre fechadas!!
Pelas imediações o desfile de monumentos históricos é impressionante, e acreditem que vão ficar por aquelas bandas bastante tempo. Uma das praças mais bonitas é sem dúvida a Plaza del Triunfo onde se destaca o maravilhoso palácio rosa a Arquidiocese de Sevilha.
Mas a visita era dirigida à catedral e uma pequena fila já se compunha aos seus portões mesmo debaixo daquele sol impiedoso.
Considerado o 3ª maior templo da cristandade (a seguir à Basílica de S. Pedro e Catedral de S. Paulo) e património da UNESCO desde 1987, a Catedral de Santa Maria da Sede (ou para os amigos a Catedral de Sevilha) começou a ser construída no século XV sobre a antiga Mesquita Alfama de Sevilha, legado dos tempos da ocupação islâmica da Península Ibérica e é o local que não se pode mesmo perder na visita a Sevilha. A intenção de construir um edifício que conseguisse fazer admirar as gerações futuras foi conseguido e foi impossível fechar a boca perante a sumptuosidade deste monumento mesmo ainda sem transpor as suas portas. Todo o trabalho gótico é impressionante mas os olhos rapidamente se perdem nos céus onde domina a Torre da Giralda, antigo minarete da mesquita e hoje o símbolo de toda a catedral e inclusive da cidade.
A entrada para a catedral faz-se por uma das portas laterais onde somos recebidos por uma réplica do gigantesco cata-vento, El Giraldillo, que coroa o topo da Torre da Giralda. Munidos do nosso Sevilha Card a entrada foi rápida e entramos numa zona museológica com várias obras de arte, que apesar de interessantes não nos conseguiram deter a curiosidade e fomos directamente para o coração da catedral.
No interior nave de 42 metros de altura é simplesmente de cortar a respiração, e não fossem os espelhos colocados no chão a visita renderia uma enorme dor de pescoço! As suas paredes são adornadas com 80 capelas ricamente decoradas que noutros tempos se rezavam 500 missas diárias!
Altar Mor |
Magnifico órgão |
No coração do templo repousa a obra provavelmente mais impressionante da catedral: o Altar Mor. É uma peça gigantesca de talha dourada que retrata a vida de Cristo, obra de uma do seu autor Pierre Dancart.
Por ali também se encontra o túmulo de Cristóvão Colombo cujas descobertas trouxeram a época de ouro à cidade. São incontáveis os altares, vitrais e obras a serem contemplados e uma manhã ou tarde é de todo insuficiente para explorar razoavelmente o monumento!
Túmulo de Cristóvão Colombo |
A Sacristia Mor foi um dos locais que mais me agradou, expõe um conjunto de obras de arte sacra magnificas e por onde se tem acesso ao Tesouro! Muito ouro e quilates incalculáveis de pedras preciosas adornam peças de ourivesaria que captam a visão que nem um íman, são verdadeiras jóias da arte de criar jóias e um dos momentos mais altos da visita, pelo menos para mim!
Bem perto da saída do tesouro encontra-se a entrada para subir à Torre da Giralda. São um sem número de rampas em pedra polida pelo tempo e pelos passos que nos fazem subir até ao topo dos seus 105 metros de altura. Diz-se que por lá as vistas são inesquecíveis e que se contempla a cidade de Sevilha como em nenhum outro lugar e ainda é o único local em que se pode apreciar toda a grandiosidade da catedral. Mas estes não foram argumentos suficientes para nos motivar à sua subida, o calor do meio dia era arrasador e as pernas já cansadas dos dias de passeio recusaram-se na escalada da torre. Hoje arrependo-me de morte de não ter feito mais um esforço e engrandecer ainda mais a minha visita, mas fica a promessa para a próxima vista.
Rapidamente a visita vai-se aproximando do fim e deixamos o escuro e fresco interior da catedral e somos brindados com um pátio interior repleto de laranjeiras. Como não podia deixar de ser este era o Pátio das Laranjeiras um lugar que efectivamente nos remete aos antepassados da catedral como mesquita com a sua estrutura tipicamente islâmica e onde ainda se encontra a fonte de ablações para os actos de purificação. Uma das curiosidades deste pátio é que existe um sistema de calhas que percorre todo o pavimento e por onde flui a água da fonte central criando uma atmosfera mágica.
O Pátio ainda conserva 3 portas da mesquita original entre elas a Porta do Perdão, sendo esta a entrada principal em estilo completamente mourisco.
Por estes motivos e muito mais a visita à Catedral de Sevilha é obrigatória a quem quer conhecer esta maravilhosa cidade e acreditem que não se vão arrepender!
Porta do Perdão |
Informações úteis
- Visitem a página da Catedral de Sevilha que é espetacular e com excelente informação.
- Horário: Folheto em PT sobre o horário da catedral
- Ingressos: 8€, perguntem pelos descontos e os portadores do Sevilha Card entrada gratuita
Ai a Catedral de Sevilha e a Giralda. Um conjunto monumental impressionante. Certamente, são elas que valem cada visita à cidade de Sevilha... Elas e o Real Alcázar e Plaza de España. Belo post, pena só não teres subido à Giralda. Vistas deslumbrantes. Na minha 1ª vez na cidade não subi porque a Giralda estava em reforma, mas na 2ª o erro foi corrigido. E valeu muito a pena. Também não vi o Archivo das Índias, infelizmente. Estava com as portas fechadas. Fica para a próxima. Abraço, Bruno
ResponderEliminarObrigado pela visita, e sim para a próxima não há desculpa para não subir à torre
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