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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

I Love LxBoa

O Verão tinha começado havia poucos dias, e o calor abrasador que caía sobre Lisboa estava por demais insuportável dentro de casa. A cidade aperaltava-se para as suas festas populares, e o transito caótico em direcção às praias tirava a vontade a qualquer um de ir a banhos, naquele fim de semana para lá de prolongado. Agarrei na máquina e fiz o percurso inverso, em vez de me dirigir às sobre-lotadas praias, enfiei-me dentro de um cacilheiro com destino a Lisboa. A viagem lenta no convés do barco, torna-se impressionante, a cidade ganha formas e contornos conforme nos vamos aproximando dela, a luz intensa que a banha da-lhe um toque qual jardim do  Éden, e num acto de auto-censura punimo-nos pelo facto de tão raramente podermos desfrutar de tão bela paisagem.
Sob o Tejo repousavam alguns navios de tamanhos impressionantes, tornando o velhinho Cacilheiro não muito maior que um barquinho a remos. Lisboa comunga com o mar desde o seu berço, e que melhor recepção a cidade tão magnifica do que o seu rio quase mar repleto de navios, de todos os tamanhos e cores?!
A paisagem romantica que os barcos nos dão da cidade vista do rio, deixavam embalar e quase que me deixei ficar o resto da tarde naquele vai e vem entre as duas margens.

As palavras podem nos trair quando tentamos transcrever aquilo que nos vai na alma num momento de completa harmonia. Nunca concebi Lisboa como uma cidade tipicamente europeia, Lisboa é sinonimo de nostalgia, de saber viver ao sabor dos ventos, de luxo e de bairrismo, elegante na sua desorganização. Lisboa é um modo de vida, que não se vive mas sente-se e que algumas pessoas o exprimem a cantar.


Apiei-me em terra e sem grande destino pus-me em fuga pela sinuosa rua do Alecrim, que sob calor tão abrasador mostrava-se uma tarefa hérculea, talvez pensasse que iria para mais uma das farras no Bairro Alto (a farra estava guardada para o dia seguinte), e sob uma camada de suor decidi entrar no Jardim Botanico da Universidade de Lisboa, um oasis de palmeiras e plantas tropicais em pleno centro da cidade histórica, que apesar da sua degradação é um sitio impecável para uma tarde de calor, a tentar apanhar borboletas nas estufas para as crianças.
O corpo pedia liquido e descanso, isto de ser turista na própria cidade é uma experiência fabulosa, é como se nos colocassem uns olhos novos na cara para ver e sentir aquilo que nos é quotidano!
Deixei o jardim, com a sensação de que aquilo poderia ser muito melhor aproveitado, e dediquei-me a descer a tortuosa rua, de máquina em punho a registar aquela Lisboa que desconhecia; uma paragem técnica no jardim do Príncipe Real para um gelado que rapidamente derreteu, quase que me deixei embalar numa sesta como as poucas pessoas que deambulavam pela cidade naquele dia de calores superiores a 40.
A cidade quase deserta, abria os seus segredos lentamente e no azul mais intenso dum céu de fim de tarde deixei-me envolver no Miradouro de São Pedro de Alcântara, uma varanda sobre milénios de história com uma das paisagens mais deslumbrantes do castelo e dos bairros que o rodeiam, de séculos de  saudade que a cidade foi deixando, e de bebida gelada na mão deixei-me ficar naquele marasmo de um fim de tarde na cidade mais envolvente que Lisboa nos pode revelar.
 
 

2 COMENTÁRIOS :

  1. Oh Lisboa ,terra querida e amada...Nunca tive a orportunidade de por meus pè,mas um dia eu estarei là,amo Portugal amo Lisboa!!Sonho com dia conhecer esta maravilhosa cidade e seus moradores :)enquanto este dia nao chega ,luto para realiza-lo!!
    Mais uma vez parabèns por este lindo BLOG!! Me enche de alegria o trabalho de vcs!!
    Continuem assim!!
    Fernando(Livorno Italia)

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  2. que saudades dos Passeios de Verão organizados pela CML, nos quais se via Lisboa de uma outra prespectiva.
    1 - dentor do rio Tejo num cacilheiro
    2- pela Voz do fado e dos idosos

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