Blogroll

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Como esquilos a olhar para um palácio

 
 
 Havíamos encontrado a a Betinha (a Queen, essa mesmo) no dia anterior no museu de cera e naquela de uma grande amizade lá nos convidou para ir tomar o pequeno almoço lá no barraco dela, era a história de base daquele dia,após nos termos fotografado com o boneco da rainha no museu de cera. Efectivamente aquele dia estava programado para a visita ao palácio com o render da guarda e outras atracções por aqueles lados. Madrugar já fazia parte da nossa rotina diária e com alguma fome a apertar logo bem cedinho (o pequeno almoço do hotel era uma espécie de nada: um pão com manteiga e sumo de toranja) nos postámos de frente ao Buckingham Palace.

 O Palácio do século XVIII, é hoje a residência oficial da família real, não deixa de ser um edifício soberbo e obviamente em tons imperiais que domina o fim do Mall, mas também não posso negar que provavelmente terá sido dos palácios mais feios que vi, isto a julgar por fora porque as portas só se abrem alguns dias nos meses de verão. A zona envolvente ao palácio é muito interessante e instintivamente andámos a vaguear por esses arredores onde não passam carros em vez de marcar um lugar para o render da guarda. é impressionante a quantidade  de gente que já por ali andava aquelas horas quase de madrugada criando um zum-zum já considerável. Tentando com dificuldade furar as fila que se  formava junto ao gradeamento avisto o meu primeiro soldado britânico com a sua famosa farda, que para descontentamento geral trazia uma placa a afirmar que o render da guarda não se ia realizar. Nem esta inesperada surpresa demoveu a aquele magote de gente que àquelas horas quase de madrugava se juntava por aquelas bandas. Não foi difícil deixar fluir a imaginação e conseguir ver a Betinha com os seus rolos na cabeça a chegar a janela e mandar calar aquele pagode, então já nem uma senhora de idade se deixa dormir??!
Com os planos mais ou menos ao lado e dada a hora matutina continuamos o nosso passeio pelos arredores do palácio e pelos seus jardins bastante cuidados mesmo naquele inverno rigoroso. Na lateral encontra-se a Queen's Gallery que guarda a colecção privada da dita que não nos pareceu nutrir grande interesse. Sem grande demoras, vimo-nos no meio de uma fila enorme para apanhar o nosso bus turístico que nos prendeu num tédio por mais de 45 minutos ali ao rigor do vento gelado. Próxima paragem era indubitavelmente o aclamado Harrods, um armazém que deveu a sua existência ao grande poder económico que a Inglaterra foi ganhando com os seu vasto império. Dizia para curiosidade turística que fora o primeiro local a instalar escadas rolantes que eram a emoção das gente endinheiradas do século XIX, e a emoção era tanta que no final da viagem ofereciam um copinho de Brandy a esses grandes aventureiros. 
 
 O edifício que hoje ocupa um quarteirão inteiro é realmente imponente, no seu interior vende-se um pouco de tudo, contudo a única coisa que não vende realmente são produtos baratos o que nos deixa simplesmente ver. Ao contrário do que eu pensava o armazém é uma grande surpresa. Depara-mo-nos com uma entrada magnifica decorada ao estilo do Egipto Antigo, do alto das suas escadarias encontrava.se um senhor ao seu piano ladeado por um cantora de ópera. Ficámos ali a desfrutar do espectáculo gratuito antes de explorar as suas diferentes secções. Era dia de S. Valentim e aquilo fervilhava de gente no seu interior, cada sala do piso térreo apresenta uma decoração muito própria e elegante. Na secção dos chocolates e chás andavam a distribuir trufas para prova e obviamente não deixámos de fazer um Buffet de doces para o nosso almoço e trazer umas caixas do famoso chá britânico. realmente valeu a pena a visita, comprou-se o almoço por lá na secção dos alimentos que ainda me hoje deixa na dúvida se as porcelanas dos candeeiros e decorativas não são de Bordalo Pinheiro?!
Um piquenique improvisado num jardim foi o suficiente para retemperar forças. Daquele local já se avistava o Museu de História Natural enquadrado por outros museus não menos importantes como o Museu da Ciência e  o Victoria and Albert. A decisão não fora difícil de tomar primeiro o de História Natural e depois o de Ciências. Fizemos o percurso a pé sem grandes pressas, desfrutando da elegância daquela avenida e quando finalmente se deu com a entrada do museu a fila para lá de enorme destronou a nossa vontade de ficar pelo menos uma hora na espera. 

A paciência acabara por voltar depois de tanta publicidade positiva ao museu, e continuamos ali naquela espera. O museu como não podia deixar de ser é um edifício enorme que não sei porque me faz lembrar as Universidades e escolas britânicas no seu estilo e imponência. Para grande alegria dos pobretanos como nós a entrada é gratuita e a exposição é muito boa. Damos entrada por um enorme pátio coberto com um esqueleto de um dinossauro de onde partem uma série de galerias com as suas exposições. Se a fila para entrar era grande o interior revelava-se um enorme caos de gente e barulho, entre empurrões, crianças perdias e a chorar outras que nos passavam entre as pernas era impossível sequer chegar perto das vitrinas onde se expunham animais empalhados alguns já extintos como o Dodo.
Quase como uma procissão lá fomos entrando nas diversas galerias, tentando perfurar a multidão para conseguir ver o que os expositores continham. A exposição de fósseis, esqueletos de animais e dinossauros e animais empalhados é muito interessante e parece que nos leva de novo para os livros de Biologia, o que pode não trazer boas lembranças a algumas pessoas. Certamente que Darwin se ia orgulhar de ver aquela exposição tão bem montada segundo a taxonomia, e após a visita ao corpo humano, ao ambiente o que realmente me prendeu a atenção foi a exposição sobre o planeta terra onde até existia um simulador de sismo num supermercado japonês. Após mais de 3 horas de reviver a Biologia e  Geologia misturado com parque infantil (sim porque até um rapazinho de 4 anos me pediu ajuda para ir urinar!!) saímos ilesos e extenuados daquele magnifico museu. O entardecer já ia avançado o que não nos deixava tempo nem vontade para ir visitar mais um museu. desta forma acabámos por vaguear pelas ruas até dar-mos com a entrada do Hyde Park. Já havia passado por ele e realmente sabia que era um parque muito extenso mas nada me dizia que o seu tamanho estava para lá do alcançável pela vista humana.
Dos seus relvados, fontes e árvores muito bem cuidados é um local muito aprazível para passear, fotografar, fazer desporto e tudo o que mais apeteça. Deixa-nos a nós portugueses a pensar a falta que fazia um parque destes em Lisboa e como bem cuidado ele está. Como criança que ainda não pude deixar de passar pela estátua de Peter Pan e de correr incansavelmente atrás dos esquilos, até que finalmente fiz amizade com um que me deixou fotografar e por nas mãos à troca de comida. 
 
                                                  
Deixa-mo-nos perder por aqueles trilhos ladeados de vegetação inerentes ao frio daquele fim de tarde, efectivamente o dia havia sido muito compensador, e aquela sensação que viajar nos deixa cá dentro ganhava cada vez mais os seus contornos. Enquanto as pernas foram aguentando caminhamos pelo parque, ainda se tentou arranjar bilhetes para mais um musical mas era bem tarde, estavam esgotados e depressa nos apercebemos da sorte que havíamos tido em arranjar para o Lion King pois os musicais esgotam com muita facilidade e àquela hora nem um tinha lugares livres.
Sendo a última noite em terras de sua majestade e não querendo deixar passar em branco o dia dos namorados decidimos fazer por ali num restaurante qualquer o jantar do encalhados que para as más línguas que em Portugal já faziam novelas decidimos então dar proveito à fama e acabar o dia com bom jantar italiano.
 

Links úteis:

2 COMENTÁRIOS :