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sábado, 15 de dezembro de 2012

Under Water Love - Mergulho na Ilha do Sal


Deixo-vos hoje com o relato de um dos dias mais especiais da minha vida, o dia em que quase me recusei a descobrir as maravilhas que se escondem debaixo das ondas!

O hotel Riu Funána oferecia uma aula  de mergulho com garrafa gratuitamente (como tem vindo a ser já normal nos grandes resorts). Mais por curiosidade do que outra coisa qualquer lá nos inscrevemos com o rapaz encarregue de tal e no dia e hora marcados lá estava um Jeep (ou o que restava dele) à nossa espera e de mais uma dúzia de aventureiros para a aula de mergulho. 
O nosso magnifico transporte!!
Ao contrário do que pensava a aula decorreu no Hotel Novohorizonte onde tem uma piscina de água salgada (e bem salgada) com a profundidade aceitável para a aula. A escola era Manta Diving Center que ficava mesmo nas instalações do hotel. O primeiro passo foi o reconhecimento e experimentar o material, os óculos, respiradores etc. 
Em volta da piscina todo o grupo ouviu com muita atenção as indicações do instrutor, o funcionamento do material, como se respira, como se retira agua do bocal e toda uma série de informações para a sobrevivência abaixo da linha do mar. Chega a hora de mergulhar com todo aquele pesadíssimo equipamento e coordenar a estabilidade do corpo, a respiração e a pressão dos ouvidos e no fim.... como se não baste-se ainda ter de nadar!
Aula prática!
Tenho de confessar que a aula não me correra da melhor forma e que estava a ter alguns probleminhas técnicos com tanta parafernália de equipamentos em cima e à volta de mim. Aos poucos lá lhe apanhei o jeito e o gosto e a coisa já começa a ter a sua graça. Mas como o que é bom acaba depressa era a recta final daquela aula. Mas... (e porque há sempre um Mas) quem quisesse poderia colocar os ensinamentos recém adquiridos em Alto Mar!

Confesso que como não me sentia como peixe na água a ideia de ir directamente para o mar não era de todo a minha preferida mas, ficara o gostinho e tinha já deixado em consideração pensar nesse assunto e marcar posteriormente o tal mergulho. Mas (de novo o Mas...) afinal o mergulho seria agora mesmo dentro de alguns minutos!... Após grande insistência da minha companhia (leia-se ameaças) lá me decidi e quando menos esperava já me encontrava todo equipado como manda o figurino na borda de um barco rumo ao alto mar cabo verdiano.

As regras eram fáceis, não tocar, não roubar nada do mar, seguir ordens do instrutor e simplesmente relaxar. Cada um com seu instrutor, sentado na borda do barco, mão na máscara e no bucal e 1,2,3 mergulho de costas para o mar! Começava a minha primeira exploração oceânica quase quase em estilo Jacques Costeau e a Odisseia Submarina (adorava aquilo).

Foto Manta Diving Center

Rumo ao infinito azul o primeiro impacto é o Azul, muito azul em todas as direcções e depois logo bem de seguida o Silencio, um silencio reconfortante que nos transmite uma paz e um conforto que nunca imaginei ser possível em alto mar. Continuando a descer rumo ao fundo não vendo ninguém ainda tive algumas dificuldades em estabilizar a pressão nos ouvidos e a descida foi feita lentamente. Quando já bem perto do fundo abre-se diante dos nossos olhos um País das Maravilhas, um jardim de pedras rodeados de milhares de peixes de todas as cores e tamanhos, enormes cardumes que nos seguiam (ou eu a eles) tantas espécies que só vira na TV e nos aquários ali selvagens diante de mim assim como outras tantas que nunca imaginara ver!
Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center
Nadamos por entre as pedras e a cada novo peixe, novo encantamento. Nem a boca de piranha das moreias ameaçadoras nas suas tocas me detiveram na minha odisseia de explorar os mares. Naquele momento eu queria ser um peixe e viver naquele paraíso! 

Uma mão surge sob a minha cabeça e aponta algum mais a diante, nadei naquela direcção e já la se encontrava a minha companhia de volta de um tubarão gato que repousava no fundo sem ligar nenhuma há nossa presença.
Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center

Foto Manta Diving Center
Pouco mais durou a minha visita pelo fundo do mar e chegara o momento de subir bem pausadamente até à superfície. As caras dos que já haviam chegado reflectia um dos maiores sorrisos que uma pessoa pode ter, e não era para menos. Dava-se por encerrada esta pequena aventura inesperada num dos momentos mais marcantes na minha vida, acabara de conhecer o fundo do mar cuja possibilidade só residia nos meus sonhos. Hoje quando estou na praia sinto uma imensa saudade desse dia e uma curiosidade ainda maior por saber o que aquele mar esconde debaixo das suas ondas. Pode ser que um dia ... pode ser...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Volta à Ilha do Sal de barco - ou uma tentativa de!!


Tínhamos programado um dia na Ilha do Sal para dar um passeio de barco em redor da sua costa, num barco com casco de vidro! Tudo parecia em sintonia para um dia descontraído e divertido naquelas águas quentes, mas realidade revelou-se uma das maiores furadas da viagem que hoje nos trás grandes gargalhadas...

Como havia sido combinado um transfer tinha nos ido buscar ao hotel e rumado ao "porto" de Palmeira onde estava fundeado um barquinho amarelo, o responsável pela aventura do dia. Uns botes faziam o transfer entre o cais e o barco, que apesar de lotadissimos deixaram apreciar o desenrolar da vida dos mares naquela terra.
Enquanto o barco navegava pelo porto nas suas águas calmas o pessoal ia descontraindo, apreciando a paisagem e os seus navios, alguns encalhados outros em plena actividade. Como sou apaixonado pelo mar este era um daqueles momentos de pura descontracção e estava mais que entretido a fotografar a vida daquele porto. 
Lentamente o barco ia-se afastando da linha da costa e o colorido das embarcações ia dando lugar à cor árida das paisagens daquela ilha. Não se pode dizer que seja a paisagem mais idílica à face do planeta mas o contraste do azul profundo do alto mar com o castanho das areias de terra era um colirio para os olhos. Era hora então de nos dedicarmos há pesca, anzóis e isco ao mar enquanto o barco se adentrava no alto mar, mas a pescaria estava fraca e eu que esperava grandes atuns como havia visto no pontão não saiu mais que meras sardinhas (azar de principiante)!!!
A Ilha do Sal já só assumia alguns contornos no horizonte, mas para nosso as ondas iam crescendo de fora considerável contra o casco do barquinho. O barco teimava em prosseguir o seu percurso mas a força das ondas fazia com que este abanasse de forma cada vez mais intensa. Não era preciso muito mais para os passageiros começarem a rezar pela vida e a chamar o santinho. Infelizmente o enjoo foi-se apoderando das pessoas e não bastou muito mais para as pessoas se abeirarem da borda do barco e .... enfim, vocês sabem...
O Capitão ainda parou o barco em alto mar numa tentativa de estabilizar os estomagos sensíveis, decidi finalmente descer do convés e apreciar o fundo de vidro e a beleza da vida marinha, mas o balanço aliado ao calor que ali se fazia sentir foi o derradeiro final para mim, que tenho "estômago de aço" estava igualmente enjoado!!!!
A coisa estava oficialmente a ficar bem preta, já ninguém sentia coragem em dar a volta ao resto da ilha muito menos sabendo que ainda faltava a viagem de regresso!! A única solução, de acordo com o capitão, era um mergulho no oceano que certamente faria passar o enjoo. Sem esperar muito mais, todo o mundo atirou.se literalmente ao mar, crianças e idosos, com e sem coletes salva-vidas! Fora remédio santo e o pessoal que até então parecia uma excursão de zombies estava já bem mais animado. Permanecemos de molho por cerca de uma hora e nem os enormes atuns que passavam rapidamente debaixo dos nossos pés nos deteram deste banho revigorante.
Era então hora de regressar ao porto de Palmeira e escusado será dizer que novamente passamos pelo tormento de enjoo e mais ondas!!
Sem mais condições físicas para aguentar qualquer outro tipo de emoção o desembarque foi quase como chegar à terra prometida, e enquanto esperamos a hora da chegada do bus para o regresso ao hotel ainda houve tempo de novamente apreciar a vida do porto (de onde não devíamos ter saído) e recompor a compostura!

 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Onde está D. José I - Restauro da estátua de D. José I na Praça do Comércio


Interrompendo a nossa viagem por Cabo Verde, cabe hoje dar um saltinho à nossa estimada Lisboa. Hoje foi dia de dar um passeio pela baixa pombalina, comprar umas coisinhas para a casa nova, uns presentes de natal e tirar umas fotos. Apesar do frio gélido que se fazia sentir, o magnifico Sol convidada a umas fotos no Terreiro do Paço e aproveitar os seus raios mornos, que têm vindo a ser escassos. Contudo qual não foi a minha surpresa quando entro na maior praça da Europa e vejo que o alinhamento perfeito entre o Rossio, Rua Augusta e Terreiro do Paço estava quebrado!! A estátua equestre de D. José I havia desaparecido num emaranhado de andaimes - restauro!!! (finalmente).

Um pouco sobre a estátua!
Após o devastador terramoto de 1755, Lisboa estava empenhada em renascer das cinzas e dos escombros, que sob a direcção do Marquês de Pombal tomou os contornos que hoje conhecemos e que na altura fora considerada a cidade mais moderna do Mundo. A coroar toda esta obra megalómana está o Terreiro do Paço como a porta triunfal da cidade que sempre esteve ligada ao mar. Em 1775 é inaugurada a estátua equestre de D. José I, rei na altura do Terramoto sobe o cinzel de Machado e Castro. Apesar do rei se ter negado a pousar para a escultura e esta ter sido feito com base em retratos é um dos grandes símbolos desta praça gigantesca, que está repleta de alegorias que devem ser exploradas.

Sem nunca perder o seu porte ao longo destes quase 3 séculos,  bronze foi ficando verde e esta estátua já urgia de um enorme restauro. Graças ao World Monuments Fund – Portugal. finalmente dentro de alguns meses poderemos ver outro brilho nesta já muito charmosa praça. Infelizmente até Agosto de 2013 quem nos visitar terá este belo exemplar assim:
Mas nem tudo são más notícias: os painéis que cobrem a obra foram pintados pelo artista Bernardo Carvalho e apresentam pinturas em preto e azul sobre a estátua, sua concepção e época histórica. A informação que está em inglês e português é concisa mas confesso que as pinturas estão excepcionais e que merecem uma visita mais de perto. Deste modo, apesar da sala de visitas de Lisboa estar em obras não deixam de haver motivos para visita-la!

Estão disponíveis mais fotografias no facebook do blog - Facebook Carimbo no Passaporte

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sabores do Mundo - Cachupa


Porque também se viaja pelo paladar, pelas cores e pelos odores de refeições exóticas inaugura-se no Carimbo no Passaporte uma nova secção que decidimos chamar: Sabores do Mundo
Estando estes últimos posts dedicados às ilhas de Cabo Verde nada mais justo do que falar-vos da sua extraordinária cozinha. 
A Cachupa é sem sombra de dúvidas o prato nacional de Cabo Verde, soborasa e consistente pode ser encontrada nos diversos restaurantes e tascas por todas as ilhas. Uma mistura pesada de feijão e milho entre outros condimentos que a pode levar a ser Rica (com carnes) ou Pobre (com peixes). Independentemente do seu valor é um prato que enche a barriga e a alma e se ainda sobrar dizem que é um excelente pequeno-almoço após uma noite de folia africana!!
Para os mais aventurreiros e pilotos de fogão deixo-vos a receita e depois se correr bem podem, claro está convidar para jantar!!!
Se mesmo assim as aventuras com as panelas não são o vosso forte (tal como eu) mas ficou a vontade de provar este maravilhoso prato, é só perguntar onde que tenho excelentes sugestões.

Ingredientes: 
Milho e feijões: 4 xícaras de milho cochido (pilado, sem farelo); 1 xícara de feijão-pedra; 1 xícara de favona; ½ xícara de feijão-manteiga
Carnes e enchidos: 1 galinha; ½ kg de entrecosto, 2chouriços de carne;2 farinheiras; ½ kg de toucinho entremeado; 1 chispe
Hortaliças:1kg de repolho; 1kg de banana verde; 1kg de batata; 1kg de tomate maduro; 4 cebolas; 4 dentes de alho 2 folhas de louro; 1 ramo de coentros
Gorduras: 1dl de azeite; 1/4kg de bacon
 
Preparação: 
1 -Coze-se o milho e os feijões, previamente demolhados, em água temperada com azeite, uma cebola às rodelas, 2 dentes de alho picados e uma folha de louro.
2 – Noutro tacho, cozinham-se as hortaliças com o entrecosto e o chispe que também devem ficar de molho.
No fim colocam-se os chouriços e deixam-se cozer. As farinheiras deverão ser cozidas à parte, em lume brando para evitar que elas rebentem.
3 – Leva-se um tacho ao lume com azeite, alho e cebola picados e faz-se um puxado (refogado).
Junta-se a galinha cortada aos bocados e temperada com sal e piripiri. Junta-se água.
Acrescenta-se o tomate desfeito e deixa-se apurar.
4 – Noutro tacho, faz-se um puxado com azeite, cebola e alho.Junta-se o louro e bacon em tiras fininhas. Depois de pronto, junta-se-lhe parte das carnes e dos
enchidos cortados.Refresca-se com vinho branco.
Junta-se o milho e os feijões escorridos e um pouco da água onde cozeu a carne e os legumes. Deixa-se apurar. Junta-se o repolho e, perto do fim, coentros picados.
5 – A cachupa está pronta para servir numa travessa grande e funda. Enfeita-se com rodelas de chouriço, toucinho e farinheira.
Noutras travessas dispõem-se as hortaliças, batatas, banana verde e o restante repolho

domingo, 4 de novembro de 2012

À Descoberta da Ilha do Sal - Buracona e Pedra Lume


A nossa estadia naquelas ilhas calorosas já tinha sido brindada com magníficos dias de praia e mar azul muito quente e com o estabelecimento de novas amizades com os quais passamos o resto das nossas férias num clima de grande divertimento e descontracção. 
Apesar de tudo nunca fui pessoa de passar grande dias na praia e muito menos estando fora do meu país, com tanto que fazer e ver não me poderia dar a esse luxo (apesar de saber que em Cabo Verde não se faz muito mais além do relax, pelo menos pensava eu...). Decidimos então que deveríamos descobrir os outros encantos desta pequena ilha e depois de muito ponderar optamos por ir num tour daqueles organizados pois queríamos ir todos juntos e óbvio sem nos perdermos.

Porto de Palmeira
De manhã cedo já nos esperava na porta do hotel uma carrinha van, um pouco maior que mais parecia carrinha de escola meio desengonçada que quando saiu a única estrada da ilha e começou a percorrer os trilhos de terra batida a coisa começou a ficar bem cambaleante!! O primeiro ponto de paragem foi Palmeira, uma vila bem pequena actualmente onde fica o porto de mercadorias da ilha (onde tudo entra e pouco sai) o porto pouco tem de interessante para nos mostrar alem de uma pequena capela. Ainda havia a intenção de visitar uma escola local mas já não sei porque motivo esta encontrava-se fechada. Não nos perdemos muito tempo pela vila, o suficiente para tirar algumas fotos, beber um café e claro algumas lembranças cá pra casa!!


Buracona e Olho d'água
Ja com o calor a apertar deixamos Palmeira para traz assim como a sua única estrada digna desse nome para entrar num outro mundo, numa outra paisagem ainda mais árida e inóspita, quase parecia um tour na face de Marte mas ladeados de um mar azul e de muita poeira, mesmo muita. O destino era Buracona e o incrível Olho d'água uma enorme surpresa escondida no meio de tanta aridez. A Buracona são piscinas naturais que se formaram à conta da força do mar na rocha vulcânica, um deleite para os olhos no meio daquela paisagem extra terrestre que convida um banho super refrescante. Infelizmente a água estava meio suja, devido às chuvas dos dias recentes (sim leu bem choveu na Ilha do Sal coisa que não acontecia ia para 20 anos). Deixo-vos com uma foto tirada por mim e outra nos dias em que a buracona é irresistível.
 
 
 Caminhando pelo basalto irregular alguns metros; Dica: Por mais que apeteça andar de chinelo naquele calor todo este percurso é algo perigoso pois é atreito a quedas dada a irregularidade do piso, então anda como levar uns ténis velhos!!! acabamos por chegar na orla de um buraco que esconde o mais precioso segredo da ilha. Ali bem debaixo dos nossos pés olha-nos o OLHO D'ÁGUA uma caverna sub-aquática de vários metro de profundidade na qual os raios de sol incidem pelas 11h formando um lindo e idílico olho azul, um verdadeiro fenómeno da natureza. Para mergulhadores experientes existe mergulho na caverna com saída no olho (como aconteceu na altura) e dizem que a visão em baixo de água é ainda mais surpreendente.


 


Permanecemos um pouco naquele local, extasiados com o azul turquesa que havíamos observado, o próximo ponto de paragem foi Espargos a capital da ilha mas que não nos mostrou qualquer interesse nem digno de registo fotográfico, optei mesmo por um café numa esplanada a ouvir uma magnifica morna. 
Chegava então a hora de partir para uma das mais aguardadas visitas do dia, sem antes passarmos por uma zona desértica e ver algumas miragens.



Por mais incrível que pareça, naquele local mais que ermo rodeado por coisa nenhuma estava simplesmente acampado um bando dos nossos amigos senegaleses super hiper mega chatos a tentar vender de tudo um pouco. Aposto que até areia do deserto devem ter tentado vender para algum turista mais drunked.

Salinas Pedra de Lume

A maior elevação da ilha começa a ganhar forma e contornos cada vez mais pronunciados mesmo diante dos nossos olhos. O vulcão que deu origem a esta ilha e o sal que dele brota e que deu nome à mesma estavam prestes a ser visitados. A paisagem continua árida, como não podia deixar de ser, pelo caminho avistam-se casas de um povoado, destroços de fábricas e do seu esplendor de outrora, uma capela isolada dá-nos as boas vindas antes de entrarmos na barriga do vulcão.
Este vulcão já extinto por se encontrar bem perto do mar vê a sua cratera preenchida de agua salgada que se infiltrou pela porosidade da pedra e que vai secando debaixo daquele sol abrasador. 

Já no século XVIII havia registos da exploração deste valioso sal na cratera do vulcão, sendo a principal fonte de receita da ilha e provavelmente o maior empregador na mesma. Somos recebidos por um estranho e antigo dispositivo que mais faz lembrar um teleférico de madeira que vem lá das profundezas do vulcão trazendo o seu sal para p exterior onde seria processado. 
A entrada é feita por uma passagem escavada na rocha da autoria dos antigos donos portugueses e assim depois do "fresco" da escuridão, quando nos encontramos do outro lado, mesmo na orla da cratera e os olhos se habituam há luz somos invadidos por um sentimento de beleza e estranheza. 

A cratera tem vários kms de largura e a sua profundidade em relação à entrada é impressionante. a paisagem é algo mais compatível com as fotos enviadas de Marte do que propriamente com a face da Terra.Os tons cores dominam a paleta de cores nas várias secções em que a água está ao sol a secar e podemos ver tonalidades desde os azuis e verdes até aos roxos e vermelhos. Simplesmente magnifico que fotografia alguma pode retratar a pureza daquelas cores. Aqui e além alguns montes brancos que parecem neve, o Sal está ali pronto a ser levado e tratado e refinado.
Depois da aula sobre a extracção do sal, nada melhor do que colocar o pézinho e depois o corpo todo naquelas piscinas coloridas. Fomos numa de água bem vermelha, ao inicio com receio pois os grãos de sal são enormes e fazem doer e escorregar, voltamos para traz para calçar os chinelos e então foi um quase mergulho. A água é quente, muito quente e quanto mais fundo mais quente (cerca de 60º) mas à superfície completamente tolerável, a sua textura pesada e rugosa era um deleite. Tal a concentração de sal que óbvio até uma pedra flutua mas o sabor é de arrepiar (não provar, conselho de amigo!). Fora um momento divertido e diferente ao longo das minhas viagens. Infelizmente chegara a hora de ir embora, mas não sem antes um almoço de um cachupa deliciosa e de uma selecção de pudins (ganhou o de banana) que nunca vamos esquecer. O dia chegara perto do fim, ficamos na vila de Santa Maria para um mergulho na praia e compras com a sensação que fora um dia extremamente bem passado e que afinal a Ilha do Sal esconde uns lindos segredos!

Informações úteis:
  • Entrada custa 5 €
  • Levar água (muita) e protector solar pois com o sal o risco de escaldão é muito grande
  • Existe um chuveiro de água doce que cobra cerca de 100 escudos, o que aconselho vivamente a não ser que queiram saber como se sente um bacalhau!
  • http://www.facebook.com/salinas.pedradelume 

domingo, 12 de agosto de 2012

Morna - Músicas do Mundo

Cesária Évora a Rainha da Morna
Não é só de lindas paisagens nem de esplendorosos monumentos que vive e transmite a sua cultura um país. É também nas suas gentes, na sua língua e nos seus sons que nos chegam novidades vindas de outras paragens e nos fazem sonhar em um dia conhecer aqueles lugares. 
E como Cabo Verde se enquadra na perfeição?! É indiscutível as suas praias quentes, o sorriso daquele povo mas o que apaixona verdadeiramente aquele insular arquipélago é a sua música. Foi através dela e das mais doces vozes que o mundo conheceu, que este pequeno país se deu a conhecer ao Mundo e hoje  a música de Cabo Verde já não é só sua é de todos aqueles que apreciam os seus ritmos quentes.  
Para quem ainda não adivinhou ou não conhece vou falar-vos um pouquinho da Morna!

Diz-se que a Morna nasceu na ilha da Boavista no muito distante século XVIII e desde então tem vindo a ganhar adeptos nos quatro cantos do Mundo. Diz-se também que é uma mistura de dois ritmos africanos o Lundum e o Choro e chega-nos hoje como uma música lenta, sedutora que imediatamente nos transporta para aqueles lindas ilhas, daí uma das teorias sobre o seu nome sendo "morna" a música quente e suave.
A morna fala da insularidade das ilhas, da saudade e do amor à sua terra. É cantada em crioulo e assim como os seus temas e ritmos o crioulo vai mudando conforme a ilha em que nos encontramos.

Muitos foram aqueles que elevaram este estilo musical mas nenhum o fez como Cesária Évora, a diva dos pés descalços, que saiu da pobreza e alcançou o estrelato com a sua voz enchendo algumas das mais prestigiadas salas do planeta. Chega de escrever e deixo-vos com alguns dos melhores temas da Morna!!!



sábado, 28 de julho de 2012

Ilha do Sal - Praias da Vila de Santa Maria

Praia de Santa Maria


Depois do reconhecimento das nossas instalações, naquele enorme hotel, dos primeiros banhos nas águas bem quentes do Atlântico, já era mais do que tempo para explorar as redondezas do hotel e a "famosa" Vila de Santa Maria. Como devem adivinhar a Ilha do Sal é muito pequena (falarei sobre isso depois) e também por essa razão não se encontra nenhuma cidade propriamente dita. Santa Maria fica no extremo sul da ilha, terra bem pequena e pacata com pouco mais de 17 000 habitantes, espalhados pelas suas ruas quase rurais mas cheia de lojas, cafés e alguns bons restaurantes!
A Vila em si não tem praticamente nenhum atractivo a nível do turismo, mas para aqueles que gostam de tomar uma  bebida num bar ou numa esplanada ao som daquela música acolhedora, a vila tem uma oferta bem variada assim como restaurantes nem apetitosos e algumas lojas bem interessantes com decoração africana para a casa. Contudo um dos problemas é o preço elevado das coisas muito devido ao isolamento da ilha.

DICA: Caros viajantes esta dica vai valer ouro (aguardo dividendos!!). O grande problema do Sal e em especial da Vila de Santa Maria são os vendedores de rua!! São imensos, andam em bandos tipo as moscas e são quase todos Senegaleses. Como os distinguir?! Fácil, se de noite falarem com você ninguém os consegue ver até sorrirem. Brincadeira à parte, estes vendedores podem se tornar um problema sério. Fazem um assédio muito cerrado aos turistas, colam numa pessoa horas, te seguem para todo o lado, metem suas tralhas na tua mão, são para lá de chatos é quase impossível ver-se livre deles. Só há duas soluções para resolver isso: ou compra algo mesmo que não queira e se quiser comprar perde muito tempo no regateio ou então uma medida mais drástica que aprendi com um local. Assim que eles te avistam e se dirigem em nossa direcção e ficam coladinhos em si IGNORE, é como se ele nunca ali tivesse estado; quando ele começa com sua historia que você é linda e toma te ofereço uma pulseira é só abrir os olhos bem nos olhos deles e dizer em voz alta e firme e autoritária NÃO, se não resultar corte sempre a conversa toda vez que ele tentar falar sempre com um NÃO e continue IGNORANDO!! Vão ver isto vai salvar-vos as férias. 

O Pontão


É provavelmente o local mais turístico e ao mesmo tempo característico da Vila. Localizado na praia mesmo junto à entrada da vila, esta estrutura de madeira (renovada) é o ponto de encontro de locais e turistas com uma das melhores vistas de todo aquele imenso azul! Ali se encontram os locais que carregam e descarregam os seus pequenos barcos cheios de peixes enormes. Podemos ver a chegar Atuns enormes que só de carrinho de mão podem ser transportados, peixes mais pequenos e de todas as cores que se possam imaginar e até mesmo tubarões. Ali funciona como uma lota ao ar livre onde se carrega, vende e arranja o peixe mais fresco do mundo que depois podemos comer nos seus magníficos restaurantes. Na borda do pontão estão crianças pescando só com linha peixes mais pequenos enquanto outras se atiram lá do alto naquele azul infinito para refrescar seus corpos bronzeados. è um local cheio de vida que merece uma grande visita e perder algumas horas observando as riquezas que o mar nos traz. 

DICA: Se por algum motivo tiver que apanhar um barco no pontão, não desça as suas escadas. recentemente foram instaladas umas escadas de alumínio, o problema é que são muito mas mesmo muito escorregadias. A solução será atirar seus pertences para alguém dentro do barco e se atirar da borda do pontão para o mar (não é fundo) pode parecer um salto ainda alto mas acreditem que a queda das escadas será bem pior que um mergulho no mar! 



 Praia
Sobre a praia não muita coisa que vos possa contar. Mar quente e extremamente azul cheio de peixinhos que adoram picar as nossas pernas. Um areal extenso com lugar para tudo e todos. Como a ilha é algo ventosa é uma praia excelente para a prática de desportos marinhos relacionados com o vento. A praia pode em determinadas alturas ter uma ondulação algo forte e imponente, logo na rebentação. É só perder  o medo e entrar no mar assim que a onda rebentar e nadar uns metro para lá da rebentação e aí encontra um mar calmo e sem corrente. Contudo não aconselho entrar com crianças no mar se este estiver nestas condições. O Sol é bastante forte e pede para usar e abusar do protector, se não quisermos chegar a casa iguais a uma lagosta!!