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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Catedral de Sevilha - Imponência de um símbolo!

Grandiosa, imponente, colossal entre outros superlativos, o grande símbolo da cidade rompe os céus e as vistas entre as ruas apertadas de Sevilha. Mas tanta magnitude teimava em não abrir as portas e deixar descobrir-se e só à terceira tentativa conseguimos visita-la no seu horário restrito.

Apesar do insucesso em tentar visitar a catedral pelas primeiras vezes, a deslocação até lá não foi de todo uma perca de tempo. Os arredores são um autentico museu ao ar livre, cheio de lugares espetaculares para conhecer, praças para desfrutar e beber um copo.
Torre da Giralda e Arquivo Geral das Índias
Paredes meias com o maior símbolo da cidade, rodeada de carruagens para umas voltas turísticas pelo centro histórico, encontra-se o Arquivo Geral das Índias. Património da UNESCO desde 1987 é um arquivo histórico onde se encontram documentos relativos às colónias espanholas no tempo das descobertas, entre elas o famoso Tratado de Tordesilhas que adoraria ter visto pois também é um documento importantíssimo para a história de Portugal. A visita ao Arquivo Geral das Índias é permitida e de especial interesse para aqueles interessados na história dos descobrimentos, mas por incrível que possa parecer encontramos as suas portas sempre fechadas!!

Pelas imediações o desfile de monumentos históricos é impressionante, e acreditem que vão ficar por aquelas bandas bastante tempo. Uma das praças mais bonitas é sem dúvida a Plaza del Triunfo onde se destaca o maravilhoso palácio rosa a Arquidiocese de Sevilha.









































Mas a visita era dirigida à catedral e uma pequena fila já se compunha aos seus portões mesmo debaixo daquele sol impiedoso. 


Considerado o 3ª maior templo da cristandade (a seguir à Basílica de S. Pedro e Catedral de S. Paulo) e património da UNESCO desde 1987, a Catedral de Santa Maria da Sede (ou para os amigos a Catedral de Sevilha) começou a ser construída no século XV sobre a antiga Mesquita Alfama de Sevilha, legado dos tempos da ocupação islâmica da Península Ibérica e é o local que não se pode mesmo perder na visita a Sevilha. A intenção de construir um edifício que conseguisse fazer admirar as gerações futuras foi conseguido e foi impossível fechar a boca perante a sumptuosidade deste monumento mesmo ainda sem transpor as suas portas. Todo o trabalho gótico é impressionante mas os olhos rapidamente se perdem nos céus onde domina a Torre da Giralda, antigo minarete da mesquita e hoje o símbolo de toda a catedral e inclusive da cidade. 

A entrada para a catedral faz-se por uma das portas laterais onde somos recebidos por uma réplica do gigantesco cata-vento, El Giraldillo, que coroa o topo da Torre da Giralda. Munidos do nosso Sevilha Card a entrada foi rápida e entramos numa zona museológica  com várias obras de arte, que apesar de interessantes não nos conseguiram deter a curiosidade e fomos directamente para o coração da catedral.

No interior nave de 42 metros de altura é simplesmente de cortar a respiração, e não fossem os espelhos colocados no chão a visita renderia uma enorme dor de pescoço! As suas paredes são adornadas com 80 capelas ricamente decoradas que noutros tempos se rezavam 500 missas diárias!

Altar Mor
Magnifico órgão






















São centenas de obras de arte espalhadas pelos recantos, demasiada arte para uma vista só que chega a atordoar os sentidos. Um órgão tão grande quanto a altura da nave é para lá de impressionante, não muito menos do que a custódia de prata nas suas traseiras de uma altura não menos impressionante.
No coração do templo repousa a obra provavelmente mais impressionante da catedral: o Altar Mor. É uma peça gigantesca de talha dourada que retrata a vida de Cristo, obra de uma do seu autor Pierre Dancart.
Por ali também se encontra o túmulo de Cristóvão Colombo cujas descobertas trouxeram a época de ouro à cidade. São incontáveis os altares, vitrais e obras a serem contemplados e uma manhã ou tarde é de todo insuficiente para explorar razoavelmente o monumento!
Túmulo de Cristóvão Colombo

A Sacristia Mor foi um dos locais que mais me agradou, expõe um conjunto de obras de arte sacra magnificas e por onde se tem acesso ao Tesouro! Muito ouro e quilates incalculáveis de pedras preciosas adornam peças de ourivesaria que captam a visão que nem um íman, são verdadeiras jóias da arte de criar jóias e um dos momentos mais altos da visita, pelo menos para mim!







































Bem perto da saída do tesouro encontra-se a entrada para subir à Torre da Giralda. São um sem número de rampas em pedra polida pelo tempo e pelos passos que nos fazem subir até ao topo dos seus 105 metros de altura. Diz-se que por lá as vistas são inesquecíveis e que se contempla a cidade de Sevilha como em nenhum outro lugar e ainda é o único local em que se pode apreciar toda a grandiosidade da catedral. Mas estes não foram argumentos suficientes para nos motivar à sua subida, o calor do meio dia era arrasador e as pernas já cansadas dos dias de passeio recusaram-se na escalada da torre. Hoje arrependo-me de morte de não ter feito mais um esforço e engrandecer ainda mais a minha visita, mas fica a promessa para a próxima vista. 










Rapidamente a visita vai-se aproximando do fim e deixamos o escuro e fresco interior da catedral e somos brindados com um pátio interior repleto de laranjeiras. Como não podia deixar de ser este era o Pátio das Laranjeiras um lugar que efectivamente nos remete aos antepassados da catedral como mesquita com a sua estrutura tipicamente islâmica e onde ainda se encontra a fonte de ablações para os actos de purificação. Uma das curiosidades deste pátio é que existe um sistema de calhas que percorre todo o pavimento e por onde flui a água da fonte central criando uma atmosfera mágica.
O Pátio ainda conserva 3 portas da mesquita original entre elas a Porta do Perdão, sendo esta a entrada principal em estilo completamente mourisco. 
Por estes motivos e muito mais a visita à Catedral de Sevilha é obrigatória a quem quer conhecer esta maravilhosa cidade e acreditem que não se vão arrepender!
Porta do Perdão
Informações úteis




domingo, 20 de outubro de 2013

O Elevador do Castelo - Lisboa na Vertical!


Lisboa, além de menina e moça de temperamento marcado como já dizia o fado de Amália é uma cidade ondulante! Para quem a conhece sabe que as suas 7 colinas não poupam as pernas daqueles que por ela se aventuram. É um sobe e desce constante de ruas íngremes e ladeiras que colocam à prova o abs dos sapatos dos pedestres e uma das provas de fogo é chegar ao Castelo!

O Castelo de S. Jorge é um daqueles locais que cortam a respiração, primeiro porque as vistas da cidade são magnificas pedindo horas de contemplação e em segundo lugar porque palmilhar as ruelas a subir até aos seus portões não é propriamente fácil, em especial naqueles dias que o calor decide apertar a sério. Antigamente só o mítico 28 nos levava de forma cómoda até às redondezas, levar o carro é uma prova de fogo para os nervos (odeio andar à procura de lugar para estacionar) depois restava o táxi ou ir a pé! Confesso de que todas as opções a de ir a pé ou no 28 são de longe as mais bonitas e nos proporcionam a descoberta de lugares e recantos de sonho.

Felizmente alguma alma iluminada decidiu construir um sistema de elevadores até quase às portas do Castelo. Sim isso mesmo um elevador que nos leva desde a baixa pombalina até ao topo da colina do castelo. Na Rua dos Fanqueiros (nº 170/178) foi recuperado um edifício histórico e implementados 3 elevadores GRATUITOS (até quando?) que abrem portas no Largo Adelino Amaro da Costa.


Diga-se de passagem que a obra minimalista é simplesmente genial, a recuperação do prédio está externamente impecável e o ar moderno dos elevadores não contrasta nem choca minimamente com a traça antiga da Baixa de Lisboa.


















Uns passos mais adiante "apanha-se" um segundo elevador, o do Mercado do Chão do Loureiro, que quase magicamente nos faz subir vários metros até à Costa do Castelo. Já lá no cimo há um restaurante panorâmico que já nos vai abrindo o apetite para as paisagens da cidade, daí ao castelo ainda se tem de subir uma ou duas ruas mas nada que chegue sequer a cansar as nossas pernas.

Mas se um dos encantos de Lisboa é andar perdidos nas suas seculares ruas para quê ir directo ao castelo? Não há nada melhor que vaguear pelos seus caminhos, descobrir miradouros como o das Portas do Sol, igrejas como a de Santiago e ficar a saber que os caminhos do santo começam por aquelas bandas...
 


















Mas o castelo espreita pelos becos e as centenas de turistas caminham na sua direcção, acabamos por não entrar, o dia era dedicado à contemplação da cidade e preferimos perder-nos literalmente pela Costa do Castelo. Depois disto como é impossível alguém não cair de amores arrebatadores pela cidade?!


Agora não há desculpa (para mim) e não rumar com mais frequência para aquelas bandas e começar a descobrir novos locais da cidade que tanto adoro mas que ao mesmo tempo ainda tem tantos segredos escondidos. Os elevadores funcionam todos os dias das 9h às 21h mas na hora do regresso o melhor mesmo è vir a pé, pelo menos para baixo todos os santos ajudam.

Miradouro Portas do Sol

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pela Torre del Oro e águas do Guadalquivir


É impossível separar a imagem de Sevilha dos seus tempos em que era um domínio árabe e muito menos quando foi uma das portas do velho Mundo sobre as novidades e descobertas de um Mundo desconhecido, e essas duas realidades que a cidade viveu coexistiram sobre as águas calmas do Guadalquivir que rasga o coração da cidade. Foi para as margens desse secular rio que caminhamos no final de tarde quando a cidade retomava um novo sopro de vida depois da merecida siesta espanhola, pelas suas margens cobertas por um passeio repleto de palmeiras onde desfilam alguns dos melhores monumentos da cidade, entre eles um dos símbolos de Sevilha.

Torre del Oro

Torre del Oro ou a Torre do Ouro para aqueles menos habituados ao espanhol =), de ouro só lhe restou o nome e os painéis dourados que revestiam as suas paredes noutras épocas há muito que se perderam.

Construída no ano de 1220 sob o Califado de Almoáda a torre era uma parte do sistema defensivo da cidade para evitar invasões provenientes do rio, diz-se que um dos métodos de defesa era uma enorme corrente sobre as águas que era elevada a fim de evitar a passagem de barcos indesejados, sendo verdade ou não o sistema até que parece bem credível!!

Quando Sevilha se tornou cristã e a Europa decidiu descobrir o Mundo e trazer as riquezas encontradas a torre serviu como depósito do ouro e de outros metais preciosos que as naus traziam das Índias Orientais e Ocidentais.

Todo o esplendor dessas épocas perdeu-se no tempo e hoje a torre é a casa do Museu Marítimo que guarda maquetas, objectos e mapas destes tempos de glória. Acabamos por não visitar o museu pois este já se encontrava encerrado mas os 2€ do preço da entrada valem bem a pena a visita. 

Mesmo sem a visita ao interior da torre o passeio valeu mais que a pena, apreciar a sua construção e o desenrolar da vida sevilhana ao longo do seu icónico rio são prazeres que só se obtêm quando viajamos e por vezes a vontade de ver e conhecer mais dos nossos destinos não nos deixa tempo para apreciar estes pequenos momentos e apreciar a alma dos seus povos. Nesse pequeno momento de desfrute da vida sevilhana mesmo em frente da torre começam a juntar-se várias pessoas de diversas idades, cada uma com o seu instrumento musical e em menos de nada um maestro comandava uma pequena banda que tocava fanfarras espanholas e tornou mágico aquele final de tarde.

Cruzeiro pelo rio Guadalquivir

















Em frente da torre encontram-se ancorados os tradicionais barcos turísticos que nos levam a navegar pelas águas daquele rio de caudal sereno. Como o ingresso estava incluído no Sevilha Card era a oportunidade para realizar este pequeno "cruzeiro". Como nas grandes cidades que têm este tipo de serviços, o cruzeiro pelo Guadalquivir não traz nada de extraordinário à nossa visita, um barco com algumas amenidades como um bar navega pelo rio e desbrava as paisagens e monumentos que se encontram nas suas margens com um guia que explica sucintamente o que vemos.
Palácio de S. Telmo
O passeio dura sensivelmente uma hora, que apesar de não ser essencial à viagem, foi um momento muito agradável. Como não podia deixar de ser, a cidade foi-se expandido pelas margens do rio e hoje magníficos edifícios repousam por lá e a perspectiva do rio é fantástica. Aqui e ali a vista foca monumentos de cores intensas e a me te viaja para os tempos em que o rio era navegável e as caravelas chegavam vindas do Atlântico com novidades de outras terras.
O barco vai passando por várias pontes de várias épocas e estilos, desde as clássicas às férreas fruto da revolução industrial até às magnificas e futuristicas pontes de arquitectos famosos como o espanhol Calatrava.

Na parte final do trajecto a embarcação aproxima-se da Ilha da Cartuja, ilha artificial construída para albergar a exposição universal de 1992 que veio modernizar a cidade com edifícios altamente futuristicos e lançar Sevilha nas bocas do Mundo. Hoje em dia pouco resta do frenesim que foram aqueles tempos na década de 90 a não ser alguns dos pavilhões dos países envolvidos e um parque temático que falarei noutro post. Nisto a navegação entra na sua recta final e o barco retorna ao cais de partida, agora com o sol a pôr-se e a cobrir a cidade com uma aura dourada.



Se quiserem conhecer a cidade e as suas vistas sobre as águas do Guadalquivir entrei na página dos Cruzeiros Torre do Ouro


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sevilha - Bairro de Santa Cruz e Hospital de los Venerables

Praça do Cabildo

Se o vosso imaginário da Andaluzia secular está repleto de casas coloridas apinhadas em ruas estreitas rodeadas de pátios verdejantes então Sevilha não decepciona porque é tudo isso e muito mais! O labirinto de ruas que se estendem desde a catedral até ao coração e alma da cidade esconde e revela encantadores recantos e paisagens inesquecíveis, o problema está em decidir por onde começar a levantar o véu dos segredos da cidade quando a hora da siesta deixa a cidade a meio gás e o calor sufocante tolda a capacidade de decisão para além de ficar sentado numa esplanada a ver fluir a vida da cidade.
Não é difícil imaginar o bairro de Santa Cruz noutros tempos, onde circulavam riquezas do novo mundo, de damas e cavalheiros de salteadores e ladrões, também não é impossível viajar no tempo e sonhar como seria o bairro no tempo em que fora um refugio para os judeus até ser  conquistado pelo rei Fernando III. Se as cores e o traçado das ruas, as varandas de ferro com os seus vasos pendurados não suscitam dúvidas de que Sevilha apaixona o seu aroma de laranjeiras que flutua pelo ar apaixona à primeira inspiração.  

Passear por Santa Cruz pede que se guarde o mapa no bolso e que as pernas se percam pelas calçadas estreitas na sombra dos seus palacetes e ir encontrando praças com os seus cafés e bares e descobrir a imponência da Giralda pelas frestas das suas ruelas!

Perder-se pelo bairro é por si já uma atracção em si mesmo e mesmo que não se queriam perder por lá o inevitável acaba por acontecer e quando for hora de procurar o caminho de volta não há mapa nem gps que nos valha, então resta rezar para a dita Santa Cruz e continuar perdidos pelo seu labirinto apaixonante e desfrutar de uns momentos mais de toda a sua alma.

Os paradoxos do amor são assim mesmo e por mais que queiramos conhecer o resto da cidade haverá sempre um momento do dia em que nos voltamos a perder no seu interior e a adiar um pouco mais a nossa orientação para o nosso caminho e ficar um pouco mais sentado num banco em baixo de uma laranjeira. Assim se passou a primeira tarde na cidade, perdendo o norte do caminho e dos sentidos sem procurar nada mas encontrando grandes locais. Não muito longe da catedral numa praça convidativa fica um dos maiores segredos do bairro, o hospital!!




Hospital de Venerables Sacerdotes


Situado na praça com o mesmo nome, Plaza de los Venerables, a fachada simples deste antigo "hospital" esconde uma riqueza incalculável tornando este local uma visita obrigatória para aqueles que se perdem pelo bairro.

Construído em 1697 pela Irmandade do Silêncio, este magnifico edifício em estilo barroco teve como principal função a de acolher sacerdotes idosos, pobres e carenciados dando-lhes assistência e protecção. Manteve-se em funções até ao ano de 1805 quando a sua nobre função já não tinha meios para se sustentar. 

Por meados do século XIX o hospital foi convertido em fábrica de tecidos!! e os seus habitantes transferidos para outra instituição até ao ano de 1848 cujos bens retornam aos antigos proprietários e estes podem então regressar. Devido a todos estes acontecimentos, toda a riqueza da instituição viu-se degradada e abandonada até ao enorme restauro de 1987 que devolve toda a beleza e glória.

Hoje em dia é o centro da Fundação Focus-Abengoa e do Centro Velasquez onde hoje estão expostos algumas das mais importantes obras do artista espanhol.




Logo após a entrada somos recebidos por um fantástico pátio em estilo sevilhano com as já características laranjeiras e uma fonte central que não nos faz esquecer a grande influencia mourisca que a cidade recebeu. Pelas suas arcadas encontra-se o que antigamente foi a antiga enfermaria e uma escadaria extremamente ornamentada. Hoje em dia as antigas dependências do hospital são salas de exposição.

Contudo o momento alto da visita encontra-se escondido detrás das pesadas portas da sua igreja já envelhecidas pelo tempo que rangem nos gonzos para revelar a obra que se abre diante os nossos olhos.
Construída em 1689 foi consagrada a São Fernando é um mundo de frescos magnificamente coloridos bordados por obras, retábulos dourados. Mais uma vez quaisquer palavras são inúteis para descrever o que a vista alcança.


A igreja pede que fiquemos sentados nos seus bancos de pescoço estendido e boca aberta a contemplar a sua nave a desvendar as histórias de santos e outras personagens gravadas para sempre na pedra. Sem qualquer dúvida a igreja é o ponto alto da visita e perante esta as obras do mestre espanhol quase que ficam insignificantes!

A entrada no Hospital de los Venerables está incluída no Sevilha Card sendo gratuita, pelo que o ingresso normal custa 5,50€, fica situada na Plaza de los Venerables e claro que é de visita obrigatória.

Mais informações sobre o monumento aqui

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Visitar Sevilha com o Sevilha Card


Há quem os ache uma preciosidade indispensáveis assim como há quem os ache uma falsa promessa de poupança nas nossas viagens e apesar de a verdade morar entre ambas as realidades eu confesso que na maior parte das vezes sou adepto da primeira opção e os City Cards são muitas vezes utilizados nas minhas viagens!

Após várias pesquisas pela Internet e em guias, tendo já uma lista considerável de monumentos a visitar na cidade optei pela aquisição do Sevilha Card, aquele cartão magnifico que dá entradas "grátis" numa série de monumentos e descontos noutros tantos e ainda possibilita o uso dos transportes públicos.
Com o preço de 67,45€ para 72 horas e incluindo todos os monumentos que pretendia visitar e ainda alguns extras foi sem quaisquer dúvidas uma excelente opção.

   
Entre os mais variados monumentos o Sevilha Card inclui entrada na Catedral, Real Alcazar, Arquivo das Índias um cruzei no rio Guadalquivir e 24 horas num city tour naqueles bus turísticos. Escusado será dizer que só por estes atractivos o preço do cartão fica pago em menos de um piscar de olhos e acaba-se sempre por visitar mais algum lugar daqueles que está incluído e descobrir verdadeiros tesouros!

O cartão tem validade para diversos dias a vários preços e pode ser adquirido online, posto de turismo da cidade ou em lojas devidamente autorizadas e assinaladas.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Um primeiro olhar sobre Sevilha - Alameda de Hércules

Após a viagem de carro Lisboa/Sevilha e de devidamente instalados no nosso apartamento, era mais do que hora de enfrentar as temperaturas escaldantes e conhecer a cidade. A alguns passos do hotel ficava a Alameda de Hércules um espaço amplo, rodeado de árvores centenárias e repleto de bares e restaurantes que naquele meio de tarde ainda estavam a meio gás, mas que de noite assumem um papel importante na vida nocturna da cidade, dando ainda uma aura mais mágica ao espaço.

A Alameda de Hércules construído em 1574 é considerado um dos primeiros e mais antigos jardins públicos da Espanha. O enorme espaço é o maior espaço verde do centro histórico de Sevilha e diz-se que o nome de Alameda deriva do facto de estar rodeado de Alamos. O nome de Hércules então emprestado ao espaço tem origem nas duas colunas procedentes de um templo romano cujos topos estão coroados com uma estátua de Hércules (fundador mítico da cidade) e de Júlio César.

Recentemente o local foi alvo de obras de requalificação, foram instaladas umas fontes que brotam uma neblina de água que ajuda a amenizar o implacável sol que reflecte no seu piso claro. O transito por seu lado foi redireccionado e praticamente não passam carros na zona. 
Hoje em dia esta é um espaço perfeito para um final de tarde, um jantar ou uma noite de copos com os amigos e acreditem que vale muito a pena conhecer. Fiquei encantado com o ambiente e todos os dias no regresso dos passeios pela cidade havia sempre tempo para uma pausa e ver a movida sevilhana.

Da alameda partem várias ruas estreitas na penumbra da sombra dos seus edifícios, na sua maioria acabam por desembocar no centro histórico da cidade. São todas encantadoras e merecem ser exploradas pois guardam preciosas jóias da arquitectura do sul de de Espanha. Como disse na sua maioria estão vedadas ao transito e têm uma ampla oferta de estabelecimentos comerciais, infelizmente era hora da siesta e muitos estavam fechados. Nestas ruas também se encontram muitos dos hotéis mais concorridos da cidade havendo sempre um fluxo constante de turistas pelas suas ruas.

Ao final da tarde com o final da siesta assiste-se a um renascer da vida pelas ruas comerciais. Algumas apresentam um engenhoso sistema de toldos para tapar o sol que incide directamente pelos transeuntes. Felizmente já se encontram alguns destes sistemas nalgumas cidades portuguesas.
















Numa das suas ruas encontra-se um painel de azulejos com um anúncio centenário a uma marca de automóveis.


Com todo este pulsar de gente pela cidade não é difícil de perceber que nos encontramos mesmo muito perto do coração da cidade. Por entre os intervalos de alguns prédios antigos já se conseguem avistar os contornos dalguns monumentos famosos da cidade que rapidamente desaparecem na esquina seguinte. 
Depressa encontramo-nos na Plaza Nueva, uma ampla praça aberta no cerne da cidade comparada à típica Plaza Mayor das cidades espanholas. 
Plaza Nueva

Acredito que quem chega até esta zona de Sevilha se ainda não ficou perdido de amores pela cidade esta será a sua derradeira oportunidade. A cidade brinda os seus visitantes com um elegante charme a cada esquina e no meio desta profusão de cores e estilos eleva-se no céu a torre da sua majestosa catedral. Mesmo vista de um ângulo que não é o seu mais encantador a catedral de Sevilha ergue-se diante os nossos olhos como um monstro monumental, um Golias medieval que faz com que aceleremos o passo em sua direcção sedentos de descobrir os seus tesouros. Pelas ruas mulheres espanholas trajadas com as suas tradicionais mantillas e abanicos saem das igrejas, ciganas imploram que lhes emprestemos a palma da mão para nos lerem a sina em troca de alguns euros ou lançam-nos uma maldição fatal, e já se sabem contra maldição de cigana todos os cuidados são poucos!

Com expectativas altas dirigimo-nos para a gigantesca porta da catedral que nos brindou estar trancada nos seus enormes gonzos! Pelos vistos o plano inicial de visitar este monumento acabaram de sair furados, era hora de tirar o guia da mochila e replanear o itinerário, sem mais dúvidas era hora de explorar o bairro de Santa Cruz!